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Rui Moreira lamenta não ter "um tusto" do Portugal 2020, senão "outro galo cantaria"

por Lusa

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, lamentou não ter recebido "um tusto" dos fundos comunitários até ao dia de hoje, um facto que tinha previsto em 2013, e afirmou que se tivesse recebido as verbas "outro galo cantaria".

"É muito difícil ser presidente de Câmara e ao fim de três anos, nós não termos um tusto de fundos, um tusto", exclamou Rui Moreira, à margem de uma visita que realizou esta tarde às obras de reabilitação urbana que decorrem na `ilha` da Bela Vista, um bairro de habitação social típico do Porto que remonta ao século XIX.

Rui Moreira declarou ser "evidente" que se o Porto tivesse recebido fundos comunitários "outro galo cantaria, as coisas seriam mais rápidas, seriam diferentes".

"Mas a gente, como todos nós remediados que somos, temos que viver com o que temos, não podemos esperar outra coisa", acrescentou.

Questionado pelos jornalistas sobre se ainda acreditava que haveria fundos comunitários para recuperar algumas das `ilhas` no Porto, Rui Moreira fez um silêncio durante cerca de um minuto e, depois, quando os jornalistas admitiam já que o autarca não iria comentar, Rui Moreira recordou que em 2013 tinha falado de fundos comunitários e, na altura, recorda que "não tinha sido entendido".

"Eu na altura disse uma coisa -- Espero não ter razão -, infelizmente passaram três anos e estou carregado de razão que é uma coisa que é muito infeliz. A maior infelicidade que eu tenho é ter razão relativamente aos fundos comunitários", declarou esta tarde o autarca, sublinhando, todavia, que a obra na `ilha` da Bela Vista "cabe nos recursos que a Câmara tem".

"A Câmara Municipal do Porto tem de fazer opções, mas a Câmara tem uma situação financeira, que também nós já herdámos, mas que temos mantido saudável, que nos permite fazer este tipo de obras", disse.

O presidente da Câmara do Porto referiu que era " pena" não ter ainda recebido um "tusto" porque, segundo o próprio, "aquilo que nos tinha sido prometido neste Quadro Comunitário era diferente".

"Lembro-me de, ainda antes de ter tomado posse, o então secretário de Estado dizer-me no Porto, e foi no Porto que ele disse, que iria haver tanto dinheiro para a reabilitação urbana que provavelmente as cidades não teriam capacidade de acompanhar as verbas que iriam ser disponibilizadas".

Rui Moreira observou que o facto de ainda não ter recebido "um tusto" até esta altura deve ser "primeira vez que acontece desde que Portugal entrou para a União Europeia".

"Mas não é por isso que nós vamos desistir com certeza. Vamos continuar e sabemos que a população compreende e também tem paciência. Acho que a população do Porto tem sido muito paciente e isso eu agradeço", acrescentou.

A Domus Social, o dono da obra de reabilitação e regeneração urbana da `ilha` da Bela Vista, tem um `placard` à frente da empreitada a informar que o custo é de "804 mil euros".

A `ilha` da Bela Vista vai ter um total de 35 casas de habitação social, estando previsto para "março ou abril de 2017" que sejam entregues 22 casas, e 13 delas vão ser entregues já no próximo mês de setembro.

A Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia assinou a 12 de agosto o Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) num valor total de 31,5 milhões de euros até 2020, mas os municípios de Gondomar, Matosinhos e Porto ainda não o fizeram.

Fonte da Câmara Municipal do Porto disse à Lusa, na altura, que o PEDU ainda não tinha assinado, mas que o assunto estaria a ser tratado com o presidente da CCDR-N e no "bom caminho".

 

 

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