Situação no centro de saúde de Castanheira de Pera é "excecional" - ARS

por Lusa

Castanheira de Pera, Leiria, 24 ago (Lusa) -- A Administração Regional de Saúde do Centro (ARS Centro) garantiu hoje que a situação no centro de saúde de Castanheira de Pera, no qual um médico se encontra doente e outro rescindiu o contrato, é "excecional e imprevisível".

"Trata-se de uma situação completamente excecional e imprevisível, cuja resolução imediata se debate com a falta de médicos, aguardando-se o preenchimento da vaga a curto prazo", refere a ARS Centro, numa resposta escrita enviada à agência Lusa.

A ARS Centro informa que a Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados do centro de saúde de Castanheira de Pera, norte do distrito de Leiria, tinha dois médicos, "os necessários para a população inscrita de 3.149", mas um dos profissionais "rescindiu o contrato de trabalho e o outro médico encontra-se com incapacidade temporária para o trabalho, por doença".

Questionada sobre como está a resolver a situação, a ARS Centro declara que, "de forma temporária, através da colaboração de médicos de outros centros de saúde e sempre que surja uma situação de doença aguda que não possa aguardar, os utentes podem recorrer ao Hospital da Fundação Nossa Senhora da Guia".

Quanto a uma solução definitiva, a administração regional refere que "está a decorrer o concurso de colocação dos especialistas de Medicina Geral e Familiar que terminaram a especialidade no início deste ano", estando uma vaga prevista para Castanheira de Pera.

O presidente da Câmara de Castanheira de Pera exigiu hoje médico a tempo inteiro para o centro de saúde local e rejeitou a solução provisória da ARS Centro.

"Reclamamos uma solução definitiva de pelo menos um médico no horário normal de funcionamento do centro de saúde", afirmou o presidente do município, cujo centro de saúde esteve sem médico na sexta-feira.

Nesse dia, Fernando Lopes enviou uma missiva para a ARS Centro dando conta da sua "mais profunda indignação" depois de ter sido informado verbalmente de que o concelho se encontrava, "por um período indeterminado, sem um único médico que possa atender e socorrer quem quer que seja que de cuidados médicos necessite".

Nesse ofício, Fernando Lopes sublinha que o concelho tem "uma população envelhecida e, no geral, de parcos recursos financeiros" que não pode "assegurar os custos" de uma deslocação ao Hospital de Nossa Senhora da Guia, em Avelar, concelho de Ansião.

O autarca adianta que, "por via da sua vocação turística, nomeadamente no que diz respeito ao complexo da Praia das Rocas, tem sido visitada por cerca de 3.000 pessoas por dia durante este mês de agosto", destacando que "uma situação desta natureza, em que não existe nenhuma resposta em termos de saúde num concelho com estas características, não só não pode acontecer como é inadmissível".

À Lusa, o presidente da câmara acrescentou que foi informado nesse dia pelo diretor executivo do Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Interior Norte de que a solução esta semana passa por ter médico nas tardes de hoje, quarta e quinta-feira, enquanto na terça-feira está assegurado médico todo o dia.

"Na sexta-feira não há médico no centro de saúde", observou Fernando Lopes, referindo que o atendimento complementar aos fins de semana está assegurado até setembro, mas fez saber que a solução "não satisfaz".

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