Universidade do Algarve quer ter centro de simulação médica até ao final do ano

por Lusa

Faro, 27 jan (Lusa) - A Universidade do Algarve (UAlg) quer instalar até ao final do ano na academia um centro de simulação médica, para treinar estudantes e profissionais de saúde, através da recriação de cenários reais com manequins eletrónicos.

Os simuladores são aparelhos altamente sofisticados com a anatomia do corpo humano que simulam de forma virtual a realidade, permitindo treinar situações de emergência, cirurgias ou atos médicos do dia-a-dia, como tirar sangue, dar uma consulta ou fazer um parto, explicou à Lusa a diretora do departamento de Ciências Biomédicas e Medicina da UAlg.

Segundo Isabel Palmeirim, estes simuladores permitem poupar os doentes do risco do treino médico, proporcionando aos profissionais de saúde "uma aprendizagem sólida", já que "muitos atos médicos, para serem mecanizados, têm que ser treinados muitas vezes", sobretudo os de emergência médica.

A instalação do centro exige um investimento superior a um milhão de euros, verba que a universidade espera reunir com uma candidatura a fundos europeus, ao mesmo tempo que a Associação Oncológica do Algarve (AOA) promove iniciativas para apoiar o projeto, como um jantar de beneficência que decorre no sábado num hotel do Algarve.

Isabel Palmeirim acredita que no próximo ano letivo o centro possa começar a funcionar, embora em pleno apenas em 2018, ano a partir do qual o espaço poderá treinar alunos da área da saúde e também dar formação a graduados de todo o Algarve e do Alentejo.

Existem estudos que indicam que a simulação e o treino constante do pessoal médico permitem reduzir em aproximadamente 30% os custos dos procedimentos, disse à Lusa Guy Vieira, diretor clínico da Unidade de Radioterapia do Algarve, fundada e gerida pela Associação Oncológica do Algarve.

"Permite simular operações a um nível bastante aproximado da realidade, pois se é cometido um erro, o doente pode `morrer`", explicou o oncologista, sublinhando que durante os procedimentos podem ser introduzidas variáveis de reações inesperadas dos doentes, perante as quais a equipa "tem que estar preparada para reagir".

Segundo Isabel Palmeirim, o treino é sempre observado por profissionais seniores, que estão por detrás de um vidro a avaliar a prestação dos formandos.

Com um mestrado integrado em Medicina desde 2009, a Universidade do Algarve forma cerca 40 alunos por ano, que já fazem os seus treinos num minicentro de simulação médica.

Além da formação de pré-graduados, o Centro de Simulação Médica do Algarve estará ao serviço de todas as instituições de saúde, públicas e privadas, através da organização de cursos dedicados ao ensino pós-graduado e de investigação médica, assim como a outros profissionais, como enfermeiros e técnicos de saúde.

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