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Vara deixa prisão domiciliária a troco de caução de 300 mil

por RTP
Lusa

O antigo ministro socialista pode deixar a prisão domiciliária a troco de uma caução de 300 mil euros, de acordo com o semanário Expresso. A medida contra Armando Vara tinha sido decretada no âmbito da Operação Marquês, em que está também a ser investigado o ex-primeiro-ministro José Sócrates.

A decisão de alterar a medida de coação a Armando Vara – acrescenta o Expresso – foi tomada esta quinta-feira pelo juiz Carlos Alexandre.
As suspeitas que recaem sobre Vara estarão relacionadas com o empreendimento Vale do Lobo, no Algarve e com um financiamento da Caixa Geral de Depósitos àquele complexo, quando Vara era administrador do banco.

Vara foi ministro adjunto do primeiro-ministro no segundo Governo de António Guterres. Foi ainda secretário de Estado.

Esteve na administração da CGD e foi ainda administrador do Millenium BCP.


A Lusa acrescenta que, de acordo com fonte ligada ao processo, o antigo ministro socialista, arguido na Operação Marquês, deixou de estar em prisão domiciliária com pulseira eletrónica, ficando em liberdade provisória mediante pagamento de uma caução.

Armando Vara continua proibido de manter contactos com outros arguidos da Operação Marquês e de se ausentar do país.

A 10 de Julho passado, a PGR dava conta das medidas de coação a que Armando Vara ficava sujeito: obrigação de permanência na habitação sujeita a vigilância eletrónica e proibição de contactos com os restantes arguidos no processo.

O arguido foi indiciado por factos susceptíveis de integrarem os crimes de corrupção passiva, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais, adianta o comunicado.

O ex-ministro socialista foi detido no âmbito da Operação Marquês, aquela que também já tinha levado à detenção do antigo primeiro-ministro José Sócrates. Presente ao juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal, Carlos Alexandre, Vara foi ouvido durante cerca de duas horas.

No final do interrogatório, o advogado de defesa, Tiago Rodrigues Bastos, considerou que a medida de coação aplicada ao seu cliente era "manifestamente injusta". O advogado realçou que a principal estratégia perante o juiz Carlos Alexandre foi a de tentar demonstrar que a imputação de "qualquer ato de corrupção não tinha qualquer cabimento" e anunciou desde logo que iria recorrer da decisão.

Armando Vara fora detido na sequência de buscas à residência em Cascais e escritórios de que era proprietário, bem como na sede da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

As suspeitas que recaem sobre Vara estarão relacionadas com o empreendimento Vale do Lobo, no Algarve e com um financiamento da Caixa Geral de Depósitos àquele complexo, quando Vara era administrador do banco.

São nove os arguidos da Operação Marquês, incluindo Vara e Sócrates. Os restantes: o empresário Carlos Santos Silva e sua mulher, Inês do Rosário, Joaquim Barroca, administrador do grupo Lena, o antigo motorista de Sócrates João Perna, Paulo Lalanda de Castro, administrador da farmacêutica Octapharma, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e Diogo Gaspar Ferreira, à frente da empresa que gere o empreendimento de Vale do Lobo.
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