"Quem quer mudar de rumo deve votar à esquerda do PS"

por RTP

Catarina Martins enfrenta as suas primeiras eleições legislativas como porta-voz do Bloco de Esquerda. A deputada não acredita que o PSD e CDS sejam capazes de ganhar as eleições e volta a acusar os socialistas de seguir uma “política de direita”. Sobre a Grécia, a porta-voz do Bloco de Esquerda defende que o Syriza não se preparou para o que que considera ser a “chantagem europeia” que enfrentou. Catarina Martins respondeu esta quarta-feira às perguntas de Vítor Gonçalves.

Catarina Martins admite que as sondagens estejam a dar um equilíbrio entre os partidos da direita e o Partido Socialista, mas diz não acreditar que a coligação tenha a capacidade de vencer as eleições.

“A verdade é que o PS tem estado alinhado com PSD e CDS que perseguem a austeridade”, acusou a dirigente. Por isso mesmo, Catarina Martins é assertiva ao garantir que “um eleitor de esquerda que queira mudar de rumo deve votar bem à esquerda do PS”.

“De que vale fazer uma escolha entre duas forças que rodam e não apresentam alternativa?”, interroga a porta-voz do partido. Questionada por Vítor Gonçalves se o PS poderia contar com o apoio do Bloco, Catarina Martins foi mais abstrata.

“Não é o Partido Socialista. É o país todo, qualquer Governo conta”, frisando que o “que conta no Governo é o que fazem”. “O Bloco de Esquerda nunca falhou uma votação de esquerda na Assembleia da República”, sublinhou. Fechada está a porta a reduções de salários e privatizações.

Sobre os partidos, voltou a estar em cima da mesa as proximidades entre o PCP e o Bloco de Esquerda, depois de um debate onde poucas diferenças foram notadas. Catarina Martins considera que a esquerda não deve explorar as suas diferenças nesta altura, embora elas existam. Bloco de Esquerda e PCP “têm diferenças que são conhecidas” mas “nunca falharam na convergência no que é essencial”.
A Grécia e a "chantagem europeia"
Apesar da vitória do Syriza na Grécia, Atenas acabou por aceitar um novo programa de austeridade. Catarina Martins considera que em Atenas “abriu-se a porta para se falar de uma alternativa à austeridade”. Apesar de tudo, acabou por falhar.

“O Governo grego achava que estava a negociar com pessoas de bem no Eurogrupo”, explicou, apontando ainda que “o Syriza não se preparou para a chantagem europeia que enfrentou”.

Por entre as críticas à Europa, acabou por haver um elogio à Alemanha de Angela Merkel.  Catarina Martins aconselhou Passos Coelho a seguir o exemplo da chanceler na resolução da crise dos refugiados.
pub