O primeiro-ministro enalteceu sexta-feira, na inauguração da nova sede da Casa da América Latina e da UCCLA, que "num mundo em que tantos muros se constroem" Lisboa abra "as suas portas" e diga que "são todos bem-vindos".
"Num mundo em que tantos muros se constroem é bom que haja pelo menos uma cidade que abre as suas portas e diz: são todos bem-vindos porque nós queremos continuar a ser uma cidade global e aberta ao mundo", enalteceu, numa referência à inauguração à qual presidiu.
O primeiro-ministro deu o seu próprio exemplo dessa globalização: "sem isso, por ventura, o meu pai não teria deixado Goa para vir para a Casa dos Estudantes de Império, não teria conhecido a minha mãe e eu não estaria aqui hoje".
"E é essa realidade faz com que hoje, tendo-nos sabido reencontrar no espaço Europeu, nunca tenhamos deixado de ser aquilo que a história nos legou e que temos o dever de continuar a acarinhar: sermos cidadãos do mundo, sermos um país aberto ao mundo e ter naturalmente uma capital aberta ao mundo", vincou.
Costa recordou João Soares quando, como presidente da Câmara de Lisboa, decidiu criar a casa da América Latina e alertou que "a diplomacia das cidades vai ser crescentemente importante".
"Pela primeira vez na história da humanidade, mais de metade dos seres humanos habitam nas cidades e essa vai ser uma tendência crescente ao longo deste século. E por isso as relações vão ser menos Estado a Estado e cada vez vão ser relações mais de cidade a cidade", antecipou.
No final da sua intervenção, o primeiro-ministro dirigiu-se ao embaixador brasileiro em Lisboa, Mário Vilalva, que hoje realizou o seu último ato público, referindo que o diplomata terá "profundas saudades" de Portugal.