Costa espera concluir negociações sobre novo Governo "a curto prazo"

por RTP
Rafael Marchante , Reuters

O secretário-geral do PS afirmou que está em melhores condições para formar governo do que o líder da coligação "Portugal à Frente" (PaF).

António Costa prestou hoje declarações à agência Reuters que vão mais longe do que as emitidas ontem, à saída das reuniões com Catarina Martins, do Bloco de Esquerda, e com o presidente da República, Cavaco Silva.

À Reuters, Costa afirmou que a maioria aritmética alcançada pela até aqui oposição - PS, BE e CDU - testemunha uma "vontade de mudança na política" por parte do eleitorado.

O líder do PS desenvolveu o que considera ser uma implicação desse novo xadrez parlamentar: "O que é claro neste momento é que o Partido Socialista está em melhor posição para formar um governo que seja estável para os próximos quatro anos".

E acrescentou: "O que quero transmitir, especialmente aos mercados, é que Portugal irá manter a estabilidade dos seus compromissos europeus". Com a aparente preocupação de responder aos críticos de uma política de alianças inusual para o PS, Costa explicou ainda: "O que é claro, muitos poderão ficar surpreendidos com isso, porque é novo, é que pela primeira vez pode haver um governo que reflicta a maioria de esquerda no parlamento, sem apresentar um risco para as normas europeias".

O dirigente do PS afirmou também nessas declarações hoje prestadas à Reuters que os seus interlocutores de esquerda, bloquistas e comunistas, deixaram cair as suas objecções à imposição europeia de um limite de 3 por cento para o défice.

Mais surpreendente ainda, Costa afirmou que espera concluir "a curto prazo" as negociações para constituir um novo governo, explicando também que as discussões com o BE e com o PCP têm sido sobre programas políticos, e não sobre composição do governo. Dá, desse modo a entender, que não está à vista qualquer coligação da esquerda, mas tão somente um acordo de viabilização de um executivo monocolor do PS.

O líder socialista, referindo-se às conversações ainda pendentes em torno do documento que lhe foi apresentado pela direita, reiterou, por outro lado: "Mantemos a nossa posição de falar em boa fé com toda a gente".

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