Dhlakama gostaria de jantar com Marcelo mas está impossibilitado

por Lusa

O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, gostaria de jantar e trocar impressões com o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, mas está impossibilitado, disse à Lusa a chefe da bancada parlamentar do partido da oposição.

"Das razões que muito bem se sabe ele está na Gorongosa [centro] impossibilitado de poder estar aqui [Maputo] e cumprimentar o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa e isso cria algum constrangimento", afirmou Ivone Soares, acrescentado que a Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) gostaria que o encontro acontecesse "não só pelo jantar em si mas para trocarem impressões".

A líder parlamentar e também sobrinha do presidente da Renano referia-se ao conflito entre o braço armado do seu partido e as forças do Governo na região centro do país e que mantém Dhlakama presumivelmente na região da Gorongosa.

"O presidente Dhlakama é um homem que de longa data sempre teve uma relação de muito afeto com os portugueses e com Portugal e sempre defendeu a amizade e fortificação das relações bilaterais", observou Ivone Soares, que falava à margem de uma visita de Marcelo Rebelo de Sousa ao parlamento moçambicano.

Marcelo Rebelo de Sousa foi recebido hoje em Maputo pela presidente da Assembleia da República de Moçambique, numa reunião em que estiveram representantes da Frelimo, no poder, mas também da Renamo e do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), partidos da oposição.

No final do encontro, Marcelo Rebelo de Sousa salientou essa presença, dirigindo-se para Verónica Macamo: "Vossa excelência quis estar acompanhada de representantes da Renamo, da Frelimo e do MDM, num sinal daquilo que verdadeiramente nós conhecemos também em Portugal, que é na nossa Assembleia da República termos representações de partidos que traduzem a vontade popular".

"A democracia constrói-se todos os dias. Não é uma construção fácil, mas é uma construção necessária, porque a pior das democracias é sempre melhor do que a melhor das ditaduras. E todos os dias se deve lutar para não haver a tentação de regressar à violência, à guerra, à divisão, à ditadura", acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa.

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