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Divulgação de relatório do Aleixo é "tentativa de assassínio" de Rui Rio, diz PSD

por Lusa

Porto, 04 nov (Lusa) -- Um dos vereadores eleito pelo PSD na Câmara do Porto classificou hoje de "tentativa de assassínio político" do social-democrata Rui Rio a divulgação do relatório preliminar do bairro do Aleixo que coloca em causa a gestão do ex-autarca.

"Isto é uma tentativa de assassínio de Rui Rio [presidente da Câmara do Porto entre 2002 e 2013]. Lamento a divulgação do documento e esta forma de fazer política. Daí acharmos que tem de ser feito um inquérito", frisou Ricardo Almeida, eleito pelo PSD, em declarações aos jornalistas à margem da reunião camarária pública de hoje.

O vereador referia-se às alegadas irregularidades e acusações feitas ao social-democrata Rui Rio no relatório preliminar da auditoria ao fundo imobiliário do Aleixo, que envolve empresas do Grupo Espírito Santo (GES).

"Rui Rio pautou a sua atuação pela honorabilidade e o rigor. A Câmara esteve 12 anos sob uma gestão imaculada", defendeu Ricardo Almeida.

À Lusa, o vereador esclareceu estar a criticar "a divulgação" da informação e não a acusar a Câmara porque, "como explicou o presidente da Câmara, Rui Moreira, o documento foi distribuído a entidades internas e externas à autarquia".

O jornal Público de hoje revela que "depois de receber o visto prévio do Tribunal de Contas, o fundo de investimento criado para reabilitar o Bairro do Aleixo sofreu alterações e adendas que, de acordo com uma auditoria interna da Câmara do Porto, premiaram por regra os privados em prejuízo do interesse municipal", acrescentando que o documento é "muito negativo para a gestão de Rui Rio e seguirá para o Tribunal de Contas".

Rui Moreira recusou-se hoje a comentar o relatório, alegando que está ainda "inacabado".

"Espero que o documento esteja proximamente pronto. Na altura, será distribuído à oposição. Não tenho sequer o relatório [preliminar] na minha mão. Foi distribuído a entidades internas e entidades externas da Câmara para exercício do contraditório", esclareceu.

Adiantando que foi pedido um alargamento do prazo para o exercício do contraditório devido à "complexidade" do processo, o autarca respondia assim à solicitação de explicações pelo vereador da CDU, Pedro Carvalho, para quem a informação disponível mostra "questões demasiado graves" para que não seja feito um "esclarecimento cabal", nomeadamente "quanto às contrapartidas do fundo, à redução da habitação social prevista e à operação de aumento de capital".

Rui Moreira revelou a 07 de outubro ter enviado às entidades envolvidas no Fundo do Aleixo, nomeadamente aos serviços camarários e aos parceiros privados, o relatório preliminar da auditoria interna para obtenção do "contraditório" dos investidores.

A oposição na autarquia revelou a 29 de julho que o autarca indicou ter ordenado a auditoria em abril, depois de um pedido de "financiamento complementar" ao município.

A Gesfimo, do GES, foi a única participante no concurso público lançado em 2008 para a escolha do parceiro privado do FEII.

Em 2012, o empresário Vítor Raposo devia ter subscrito 60% das unidades de participação do fundo, a Espart-Espírito Santo Participações Financeiras (SGPS) 30% do capital inicial e o município com 10%.

O incumprimento de Vitor Raposo levou a que o FEII fosse alterado com a substituição daquele investidor pelo empresário António Oliveira, que passou a deter 37% do capital, levando a Espart (do GES) e a Câmara a ficarem com 30 e 33% das participações, respetivamente.

A Lusa tentou, sem sucesso, ouvir o ex-autarca Rui Rio sobre este assunto.

 

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