Governo acusa PS de má-fé sobre consequências do dossié Novo Banco
Foto: REUTERS/Hugo Correia
O Governo reafirma que o défice público não será afetado pelo dossié Novo Banco e acusa o PS de insistir no assunto por má-fé.
O responsável lembrou que a contabilização dos 4,5 mil milhões de euros que o Estado emprestou ao fundo de resolução do BES "ainda está para ser decidida pelo Eurostat para efeitos de défice" e que tal "não passará de um mero registo contabilístico nas contas de 2014 sem qualquer impacto para o cumprimento das metas a que Portugal estava e está obrigado" por parte da União Europeia.
Para Marques Guedes, a "má-fé do PS só pode ser explicada com algum peso na consciência que tem relativamente à maneira como lidou com o processo do BPN, aí sim, através de uma nacionalização que impactou diretamente com responsabilidades para o contribuinte nacional de muitos milhares de milhões de euros, o que não acontecerá no caso do BES".
Segundo o ministro da Presidência, o PS está "a tentar aproveitar o clima pré-eleitoral" e a tentar "criar alguma dúvida ou valoração negativa por parte das pessoas de que afinal isto terá impacto para o contribuinte português".
Venda do Novo Banco não é um "caso desesperado"
Sobre a negociação em curso por parte do Banco de Portugal com os três interessados na compra do Novo Banco (Anbang, Fosun e Apollo), o ministro disse que se o Banco de Portugal entendeu "não concluir o negócio com aquele que tinha melhor proposta inicial [Anbang]", isso só quer significar que "há uma defesa daqueles que são os verdadeiros interesses do sistema financeiro no seu todo e do novo banco em particular", ao contrário "de algumas vozes que dizem que há desespero ou orientação para que o banco seja vendido a todo o custo".
Quanto à data para ser realizada a operação, Marques Guedes disse confiar que o Banco de Portugal "está a trabalhar na defesa de critérios rigorosos", acrescentando que o Governo "tem a noção que todo este processo quanto mais depressa for resolvido mais depressa se entra numa situação de normalidade".