Fotografia: Nuno Veiga - Lusa
Jerónimo de Sousa diz que o próximo Orçamento do Estado pode ser uma ameaça para a coligação de Governo. O Secretário-geral do PCP avisa que com as pressões de Bruxelas vai ser uma discussão difícil.
"Em relação à questão do OE2017, nós adivinhamos dificuldades, tendo em conta o posicionamento da União Europeia (UE)", afirmou Jerónimo de Sousa durante uma intervenção ontem à noite, num jantar com militantes e apoiantes em Grândola.
O secretário-geral comunista alertou que as instituições europeias "vão fazer tudo, vão ameaçar, vão chantagear, vão colocar as sanções de novo em cima da mesa".
E acrescentou: "Podemos nós abdicar deste caminho de reposição de direitos e rendimentos? De salvaguarda de salários, de reformas, de pensões, de serviços públicos? (…) "Não, não peçam isso ao PCP".
Para o PCP, "o caminho é andar para a frente e não voltar atrás à política" com que a coligação PSD/CDS-PP "desgovernou" o país "durante os últimos quatro anos".
A propósito do Orçamento do Estado para 2017, Jerónimo de Sousa disse aos jornalistas que manifestou a "disponibilidade" do partido para "examinar os conteúdos da proposta" orçamental do Governo e para dar as suas próprias contribuições, "mas não tendo como ponto de partida o posicionamento contrário, negativo ou positivo".
Jerónimo de Sousa referiu ainda que, com críticas às instituições europeias, a preparação do Orçamento do Estado afigura-se "difícil".