Moreira da Silva vê Passos a perdurar no PSD

por Antena 1

Foto: António Cotrim - Lusa

Pedro Passos Coelho vai voltar a ser primeiro-ministro - é a convicção de Jorge Moreira da Silva. Na última entrevista que dá como vice-presidente do PSD, o ex-ministro do Ambiente considera que um eventual fracasso nas eleições autárquicas não obrigará a mudar a liderança do partido.

Moreira da Silva, entrevistado pela editora de Política da Antena 1, Maria Flor Pedroso, está a uma semana de ser diretor-geral para a Cooperação e Desenvolvimento da OCDE, cargo incompatível com responsabilidades partidárias ou governamentais.Jorge Moreira da Silva deixa de ser vice-presidente do PSD na próxima segunda-feira. Foi presidente da JSD, deputado, eurodeputado, secretário de Estado e ministro do Ambiente.

O mandato é de três anos, renovável. "Os últimos dois diretores ficaram dez anos", diz.   

Revela que avisou Passos Coelho em janeiro. Mas não pediu "licença a ninguém" e só na fase final perguntou se o Governo português apoiava a sua candidatura.

"Não me manteria candidato se o Governo considerasse a minha candidatura inadequada", explica. O que não aconteceu. Teve apoio do Ministério dos Negócios Estrangeiros e da diplomacia portuguesa.  

Foi um dos nomes falados para se candidatar a Lisboa. É o próprio Moreira da Silva a lembrar que a questão ficou resolvida porque "a concelhia nem sequer via com bons olhos uma candidatura" sua que, garante, nunca ponderou. Bem como assegura não estar a fugir de um cenário de um prolongado afastamento do PSD do poder executivo. 

Moreira da Silva vai manter-se como presidente da Plataforma para o Crescimento Sustentável, um grupo de reflexão, oriundo da sociedade civil, no qual apenas 20 por cento dos seus mais de 400 membros são oriundos dos partidos do tradicional arco da governação.

Os objetivos desta Plataforma passam por investigar e promover consensos sobre a reforma do Estado, sistema político e educação, entre outros sectores. É um grupo plural, mas não integra ninguém do PCP e do BE "porque não é um albergue espanhol, não pode caber tudo no mesmo quadro de referência", nas palavras do ex-governante.
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