Novas coligações do movimento Ag!r são conhecidas quinta-feira

por Sandra Salvado - RTP
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O anúncio das novas coligações do movimento político Ag!r será feito em conferência de imprensa na próxima quinta-feira. Para já, a presidente deste movimento político, Joana Amaral Dias, confirmou ao online da RTP que para cabeças de lista estão os nomes de José Manuel Coelho, do PTP (Partido Trabalhista Português), para a Madeira e, “em princípio”, Rui Matos, do PDA (Partido Democrático do Atlântico) para os Açores.

“As únicas pessoas que estão definidas como cabeças de lista, depois anunciaremos as restantes a seu devido tempo, é o Coelho na Madeira, eu em Lisboa, e o PDA será a lista que entender, nos Açores. Em princípio, isto não está fechado (…) mas aquilo que eu presumo e, até prova em contrário, quem concorrerá será o Rui Matos, que é o presidente do PDA”, disse Joana Amaral Dias ao online da RTP.

Questionada sobre o facto de se haverá mais partidos a entrar na coligação, nomeadamente o MAS (Movimento Alternativa Socialista), a ex-bloquista e antiga dirigente do Juntos Podemos, disse: “Não confirmo nem desminto como dizia o outro”.


A RTP tentou contactar Gil Garcia, o líder do MAS, mas até ao momento manteve-se incontactável.

Já em junho, a coligação PTP/AGIR tinha assinado um acordo com partidos e diversos movimentos sociais que apoiavam o AGIR nas próximas eleições legislativas.

A coligação PTP/AGIR passou a contar com o apoio do PDA e também dos movimentos Nova Governação, Somos Santa Maria da Feira, Somos Lamas, do Movimento contra as SCUTS, do Movimento dos Brasileiros votantes em Portugal, e do Instituto dos Bairros Sociais.

Esta abertura a outros partidos e movimentos deve-se à “necessidade da criação de uma alternativa credível”, referiu Amândio Madaleno, presidente do PTP, em junho passado.

Na altura este líder partidário disse ainda que angariação de apoios estava aberta a “todos os interessados” que tivessem “ideias próprias e uma visão que se adeqúe às ideias desta coligação”.

Ao online da RTP, Joana Amaral Dias falou ainda da base programática do Ag!r, dizendo que tem um denominador comum bastante alargado, constituído por quatro eixos, entre eles o combate à corrupção.


“O país transformou-se numa fábrica de novos ricos e novos pobres e portanto o combate à corrupção é fundamental. Em segundo lugar, o facto de as pessoas poderem escolher o modelo económico em que querem viver, coisa que não aconteceu com a austeridade, e uma defesa intransigente das funções sociais do Estado, nomeadamente na saúde, na educação, na segurança social e na justiça”.
O ex-libris do Ag!r
Por fim, Joana Amaral Dias destacou aquilo que considera ser “um ponto particularmente caro ao Ag!r: a questão do aprofundamento da democracia, em que nós entendemos que devem existir formas de democracia participada que podem ser combinadas com a democracia parlamentar, nomeadamente, de uma proposta que é uma espécie de ex-libris nosso, que é o referendo revogatório, ou seja, a possibilidade de um conjunto de cidadãos propor um referendo para demitir um Governo quando ele não cumpre as promessas que estabeleceu pré-eleitorais”.

No passado mês de junho, Joana Amaral Dias já tinha reconhecido que a coligação “chegou tarde a combate” e que, por isso, as expectativas não podiam ser muito elevadas. Ainda assim, o AGIR espera eleger “um deputado ou dois deputados” e ter voz ativa nos destinos do país.
A "maledicência" da "barriga de aluguer"
Joana Amaral Dias negou que o Partido Trabalhista tenha sido "barriga de aluguer" do Ag!r para as legislativas.

“Isso foi uma maledicência que correu por aí, que nós éramos uma barriga de aluguer do PTP. Isso não é verdade”.

"O Agi!r [não concorre] por opção própria, até porque não concorda (e porque faz parte do tal eixo do aprofundamento da democracia) que seja necessário recolher 7.500 assinaturas para constituir um partido político”.


A líder da coligação Ag!r disse que é "uma associação política, um movimento político. O PTP é um partido político. De acordo com o Tribunal Constitucional, que acha que é o dono da democracia, as coligações só são admitidas entre partidos políticos e não entre movimentos políticos. Portanto, o Ag!r, que é o nome da coligação, reuniu várias forças políticas e fez uma coligação”.
Ag!r não se quis constituir como partido
Joana Amaral Dias disse ainda que o registo já existia porque bastavam dois partidos, neste caso, o PDA e o PTP.

"O Ag!r não se quis constituir como partido. É uma associação política, constituída formalmente como tal e tem uma coligação com vários partidos políticos".

As novas coligações do movimento político Ag!r que deveriam ser conhecidas esta quinta-feira, às 17 horas, no Largo do Carmo, em Lisboa, tornam-se facilmente previsíveis a partir do momento em que uma das presenças anunciadas para esse acto público é a de Gil Garcia, dirigente do MAS - que Joana Amaral Dias, no seu contacto com a RTP durante a tarde de terça feira ainda se recusara a confirmar ou desmentir.

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