PS é um partido historicamente moderado - Vieira da Silva

por Lusa

Abrantes, Santarém, 30 set (Lusa) - O cabeça de lista socialista por Santarém, Vieira da Silva, acusou hoje a coligação PSD/CDS-PP de fazer uma campanha de "mentira" e a explorar "o medo", contrapondo que o PS é historicamente moderado e recusa extremismos.

O ex-ministro socialista falava antes da intervenção do secretário-geral do PS, António Costa, no almoço comício de Alferrarede, concelho de Abrantes, num longo discurso em que, comentando a ausência das fotografias de Passos Coelho e Paulo Portas em cartazes, disse ter chegado a pensar que os presidentes do PSD e do CDS-PP "pintassem o cabelo" para "aparecerem após uma operação de maquilhagem".

"Optaram por uma campanha de cara escondida e de medo. Não gostam que o povo se lembre que os que se candidatam a primeiro-ministro e vice-primeiro-ministro foram os mesmos que cortaram salários e pensões. Mas a resposta deles foi mais radical, foi PaF [Portugal à Frente]", apontou.

Vieira da Silva, vice-presidente da bancada socialista, questionou depois "quem é que é PaF?"

"PaF é Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, a política contra os pensionistas, contra os desempregados e contra as famílias endividadas", disse.

No início da sua intervenção, o dirigente do PS escolheu a palavra "medo" para procurar sintetizar a campanha feita pela coligação PSD/CDS, sustentando que os dois partidos procuram "assustar" os portugueses, "depois de não terem apresentado qualquer programa".

"A coligação PSD/CDS-PP disse coisas inenarráveis, de que com o PS viria a instabilidade, esquecendo que não houve maior instabilidade do que com este Governo de direita sobretudo para quem mais sofre. Dizem na coligação que com o PS vem o caos, a viragem radical e extremista, pondo em causa os valores do Portugal democrático", apontou, antes de transmitir perplexidade face a essas acusações.

"Como? Mas o PS é ou não o partido que sempre se bateu pelos valores da democracia e da liberdade? O PS não é nem nunca foi extremista. Nós somos um partido que procura ir à raiz dos problemas e somos um partido moderado", defendeu.

Para Vieira da Silva, os partidos extremistas, pelo contrário, quando têm hipótese de influenciar um Governo, conduzem os respetivos países inevitavelmente a mais austeridade e a pior austeridade".

O PS, de acordo com o "vice" da bancada socialista, "é pelo fim da austeridade e pelo crescimento, mas é ao mesmo tempo pelo rigor e pela exigência".

No seu discurso, Vieira da Silva contrapôs também às sondagens a "imagem das ruas, que rejeita o Governo, porque fez Portugal regredir".

"Cabe quase exclusivamente aos socialistas esse não rotundo às políticas de destruição do país num voto pela positiva, pela afirmativa, num voto em António Costa", acrescentou, num apelo à concentração de votos nos socialistas.

 

 

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