Rali de Portugal: Ogier procura "hexa" e um novo recorde

por Lusa
Foto: Reuters

O francês Sébastien Ogier (Ford Fiesta) parte como favorito para a 52.ª edição do Rali de Portugal, depois de ter igualado em 2017 o recorde de vitórias do finlandês Markku Alén.

O pentacampeão do mundo de ralis chega à sexta prova do campeonato do mundo com três triunfos, em Monte Carlo, no México e em França, mais do que os que conquistou no ano passado, quando venceu 'apenas' no asfalto monegasco e na gravilha lusa.

Depois dos triunfos em 2010, 2011, 2013 e 2014, o francês retomou no ano passado os triunfos em Portugal, vencendo pela primeira vez desde que o rali regressou ao norte do país e, desde logo, igualando o feito de Alén, campeão em 1975, 1977, 1978, 1981 e 1987.

Os três triunfos de Ogier nas primeiras cinco provas do campeonato 'empatam' com os arranques de temporada de 2013, 2014 e 2015, lamentando somente o quarto lugar na Argentina e o, praticamente propositado, 10.º lugar na Suécia, onde, afastado dos primeiros lugares, o francês, que criticou as condições dos troços, partiu deliberadamente atrasado para ainda amealhar quatro pontos na 'power stage'.

O favoritismo do francês depara-se com a competitividade do belga Thierry Neuville (Hyundai i20), primeiro na Suécia, e do estónio e seu antigo companheiro de equipa Ott Tänak (Toyota Yaris), vencedor na Argentina, segundo e terceiro classificados do Mundial, a 10 e 28 pontos da liderança, respetivamente.

O norueguês Andreas Mikkelsen (Hyundai i20) chega a Portugal na quarta posição, um ano depois de ter disputado a prova no WRC2, antes de ser 'repescado' pela Citroën para substituir o britânico Kris Meeke e de ter sido recrutado pela marca coreana para esta temporada.

Só com um pódio este ano, Meeke (Citroën C3), vencedor do rali em 2016, é sempre um candidato a andar na frente, tal como o seu antecessor no historial, o finlandês Jari-Matti Latvala (Toyota Yaris), que conta também apenas um terceiro lugar, no Mónaco.

Também entre os 13 WRC inscritos consta o nome do norueguês Mads Ostberg (Citroën C3), campeão em Portugal em 2012, após a desclassificação do finlandês Mikko Hirvonen.

Apesar do regresso a tempo parcial ao Mundial, o francês Sébastien Loeb, vencedor do rali luso em 2007 e 2009, limitou a sua presença às provas no México e na Córsega -- onde foi quinto e 14.º - e vai voltar a levar o seu Citroën a alinhar em Espanha, entre 25 e 28 de outubro, no lugar do irlandês Craig Breen.

Com 20 classificativas, mais uma do que nas duas edições anteriores, o Rali de Portugal mantém a sua base em Matosinhos, no Porto, e conserva a sua estrutura, desenrolando-se maioritariamente no Minho, onde se destaca a homenagem da organização ao concelho de Fafe, palco de todos os troços no domingo.

Armindo Araújo e José Pedro Fontes querem 'título' de melhor português

Armindo Araújo e José Pedro Fontes regressam ao Rali de Portugal e com o objetivo comum de vencer para o Campeonato Nacional e ser, no final, o melhor português na sexta prova do ano do Mundial.

Recente vencedor em Mortágua, cinco anos após ter-se afastado da competição, Armindo Araújo, tetracampeão nacional, de 2003 a 2006, é um dos candidatos a vencer a quarta prova da época do Campeonato de Portugal de Ralis.

"Esse é o objetivo", disse o piloto à Lusa, acrescentando que o foco está em "amealhar o máximo de pontos no nacional" e depois continuars "em prova com o objetivo de terminar, sendo o melhor português".

Após longa ausência, Armindo Araújo regressou em 2018 à competição, depois de no ano passado ter alinhado como piloto do carro "0" na prova portuguesa do Mundial, tendo, na altura, admitido que só regressaria "com um projeto vencedor".

"A Hyundai Portugal, e o i20R5, deram-me este ano essas garantias", diz Armindo Araújo, apesar de reconhecer que "a equipa tem uma estrutura boa, mas é um projeto novo, e com os inerentes problemas de juventude", mas a recente vitória em Mortágua "pode ser o 'clique' para um bom resto de temporada", garantindo que está "muito motivado para o Rali de Portugal e para o resto da temporada".

O piloto natural da Vila da Aves chega ao Rali de Portugal no terceiro lugar do Nacional, atrás de Ricardo Moura, que não vai fazer toda o campeonato, e do seu companheiro de equipa na Hyundai, o campeão em título Carlos Vieira.

"Cada um de nós tem a sua estrutura e os seus objetivos pessoais, mas a convivência é em perfeita harmonia e queremos o melhor para nós e para a Hyundai", frisou.

Quanto a José Pedro Fontes, o bicampeão, em 2015 e 2016, viu há um ano, um grave acidente no Rali de Portugal, deitar tudo a perder na luta pelo tricampeonato, afastando o piloto da competição no resto da temporada.

"O que aconteceu no ano passado é passado, e faz parte do desporto automóvel", disse o piloto à Lusa, garantindo que, nesta altura, está "muito motivado", e com o pensamento em "somar o máximo de pontos para o Campeonato Nacional e depois lutar por ser o melhor português no Rali de Portugal".

Fontes vai estrear um Citroen C3R5, de última geração, que o piloto teve já a oportunidade de testar nos últimos dias, mostrando-se "muito confiante do potencial que o carro mostra".

"Temos uma boa base de trabalho e muito ainda por desenvolver e melhorar, mas, pelo que já vi, o carro dá-nos todas as condições de lutar pelos objetivos que traçámos", disse.

O piloto do Porto é o atual oitavo classificado do campeonato, mas lembra que "ainda não há ninguém destacado na frente" e por isso "está tudo ainda em aberto nas contas do campeonato".

O Rali de Portugal é a quarta prova do Campeonato de Portugal de Ralis 2018, depois de Fafe, Açores e Mortágua, todas em piso de terra, e é também pontuável para o Mundial de Ralis 2018 e que decorre este ano entre 17 e 20 de maio.

Para as contas do nacional, apenas contam as classificativas da primeira etapa, ou seja, até final da secção da manhã de sábado.

Miguel Campos e Ricardo Moura, sem apoios, ficam fora da prova 'rainha'
Miguel Campos, melhor português nos dois últimos anos, e Ricardo Moura, líder do campeonato nacional, são dois dos grandes ausentes no Rali de Portugal de 2018, ambos devido a falta de apoios.

O piloto de Famalicão, o melhor entre os portugueses que alinharam nas duas últimas edições do Rali de Portugal, não escondeu à Lusa "alguma tristeza" por ficar de fora.

"Tenho muita pena, pois gostava imenso de voltar a lutar por ser o melhor português", confessou, justificando: "Este ano tínhamos um projeto fazer todo o campeonato nacional, mas houve um patrocinador que tínhamos que queria alguns requisitos cumpridos e acabámos por perder esse apoio que seria importante".

De acordo com Campos, "não foi fácil arranjar os apoios para fazer a época toda e fazer só o Rali de Portugal iria hipotecar o projeto" que tem para 2018, acrescentando que ainda conta fazer algumas provas do Europeu ou do Mundial.

Para 2019, o piloto de Famalicão avançou à Lusa que "o objetivo é concretizar o projeto que nesta altura está a ser preparado" e que terá "a consistência necessária para ser um projeto vencedor".

"Quem me conhece sabe que eu quando entro é para ganhar e espero para o ano ter essas condições reunidas", disse o campeão nacional de 2002.

Também a ver o Rali de Portugal vai ficar Ricardo Moura, tricampeão nacional de ralis, de 2012 a 2014, e atual líder do campeonato.

"Espero que seja um grande rali", disse à Lusa, antes de concretizar que a sua ausência na prova maior do calendário se deve à "falta de apoios".

O piloto açoriano, vencedor em Fafe e também no Rali dos Açores, as duas primeiras provas do calendário nacional de 2018, não escondeu "alguma tristeza por não poder participar no Rali de Portugal e, principalmente, por não poder fazer todo o nacional", acrescentando que teve sempre "muitas dificuldades em conseguir o 'budget' necessário para fazer todo o campeonato" e que, nos dois últimos anos, com os carros a serem "cada vez mais competitivos e caros" essas dificuldades agravaram-se.

"Desde 2009, em que participámos a primeira vez, que sempre foi difícil encontrar patrocinadores", confessou Ricardo Moura, lembrando que, para fazer uma época completa e lutar por títulos, são necessários cerca de 300 mil euros para um R5.

Com uma vida profissional ligada ao setor imobiliário, Ricardo Moura confessa que não tem "o tempo necessário para procurar patrocinadores", acrescentando que, ainda assim, e em aberto, está a possibilidade de fazer "uma ou outra prova do campeonato até final", mas "lutar pelo título está fora de hipótese".

O Rali de Portugal, é a quarta prova do Campeonato de Portugal de Ralis 2018, depois de Fafe, Açores e Mortágua, todas em piso de terra, também pontuável para o Mundial de Ralis 2018 e que decorre este ano entre 17 e 20 de maio.

Para as contas do nacional, apenas contam as classificativas da primeira etapa, ou seja, até final da secção da manhã de sábado.


Programa da 52.ª edição do Rali de Portugal, que se disputa entre 17 e 20 de maio:


Quinta-feira, 17 mai:

19:03 -- PEC 1 Lousada (3,36 km) - Superespecial

Sexta-feira, 18 mai:


09:15 -- PEC 2 Viana do Castelo 1 (26,73 km)

10:12 -- PEC 3 Caminha 1 (18,11 km)

10:52 -- PEC 4 Ponte de Lima 1 (27,54 km)

15:25 -- PEC 5 Viana do Castelo 2 (26,73 km)

16:22 -- PEC 6 Caminha 2 (18,11km)

17:02 -- PEC 7 Ponte de Lima 2 (27,54 km)

19:03 -- PEC 8 Porto Street Stage 1 (1,85 km)

19:28 -- PEC 9 Porto Street Stage 2 (1,85 km)

Sábado, 19 mai:

09:06 -- PEC 10 Vieira do Minho 1 (17,38 km)

09:44 -- PEC 11 Cabeceiras de Basto 1 (22,22 km)

11:03 -- PEC 12 Amarante 1 (37,6 km)

15:08 -- PEC 13 Vieira do Minho 2 (17,38 km)

15:46 -- PEC 14 Cabeceiras de Basto 2 (22,22 km)

17:05 -- PEC 15 Amarante 2 (37,6 km)

Domingo, 20 mai:

08:52 -- PEC 16 Montim 1 (8,64 km)

09:25 -- PEC 17 Fafe 1 (11,18 km)

09:53 -- PEC 18 Luílhas (11,89 km)

10:52 - PEC 19 Montim 2 (8,64 km)

12:18 -- PEC 20 Fafe 2 (11,18 km) - Power Stage
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