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Avanço “significativo” para o tratamento do cancro da mama

por Jorge Almeida - RTP
Eric Gailard - Reuters

Os cientistas conseguiram obter uma imagem quase perfeita das causas do cancro da mama. A descoberta abre portas a novos tratamentos para a doença.

A descoberta dos cientistas do Instituto Sanger no Reino Unido é classificada com um “avanço extremamente significativo” que abre novos caminhos para o tratamento e prevenção do cancro da mama.

O estudo publicado na revista Nature revela que os cientistas conseguiram obter um retrato quase perfeito dos eventos genéticos que causam a doença. É um importante ponto de partida para novos medicamentos.
“É um momento muito significativo para a investigação do cancro”, diz o professor Mike Stratton.
Para compreender as causas do cancro, os cientistas têm que entender o que acontece no nosso ADN quando num tecido saudável aparecem células cancerígenas.

Esta equipa internacional analisou três mil milhões de códigos genéticos em 560 cancros da mama. No final, descobriu 93 genes que podem causar tumores após uma mutação.

O professor Sir Mike Stratton, diretor do Instituto Sanger de Cambridge e que liderou o estudo, disse à BBC: “No fim do século passado fomos capazes de identificar os primeiros genes individuais que se tornam mutantes. Agora, com a nossa capacidade de sequenciar todo o genoma de um grande número de tipos de cancro, estamos a avançar para uma lista quase completa dos genes mutantes“ que provocam a doença.


Foto: Eric Gailard - Reuters

O que acontece é que em cada mutação dos genes existe um ponto fraco que pode ser usado para o desenvolvimento de novos medicamentos. O professor Mike Stratton afirma que “ainda vai demorar décadas para os novos medicamentos chegarem aos pacientes mas já existem alguns como o Herceptin, que é utilizado no tratamento de doentes com mutações específicas”.
Por que razão os genes sofrem mutações?
As mutações dos genes deixam cicatrizes únicas no nosso ADN, conhecidas como as assinaturas da mutação. A equipa de cientistas responsável pelo estudo conseguiu identificar 12 tipos de causas que provocam as mutações.

Algumas estão relacionadas com o risco de família, ou seja, são hereditárias, mas a maioria ainda são inexplicáveis para os investigadores.

A cientista Serena Nik-Zainal que também fez parte do estudo, acrescentou: “No futuro gostaríamos de ser capazes de ter um perfil individual dos genomas do cancro para podermos avançar com um tratamento mais eficaz para uma mulher ou um homem que tenha cancro da mama. É um passo importante para haver tratamentos personalizados”.
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