PS defende integração do hospital de Cantanhede em Coimbra ou Figueira da Foz

por Lusa

Cantanhede, Coimbra, 07 mai (Lusa) -- O PS Coimbra reafirmou hoje a oposição à privatização do hospital de Cantanhede e defendeu a sua integração no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) ou num centro a criar com o hospital da Figueira da Foz.

Os socialistas lançam "um apelo quase desesperado ao ministro da Saúde e ao primeiro-ministro e, por conseguinte, ao Governo" para encararem o futuro do Hospital Arcebispo João Crisóstomo, em Cantanhede, com "ponderação, sensatez e equilíbrio", afirmou hoje o presidente da Federação Distrital de Coimbra do PS, Pedro Coimbra.

"O PS tem-se oposto à privatização" daquela unidade hospitalar, que "o Governo se prepara para entregar à Santa Casa da Misericórdia" daquela cidade, disse o dirigente socialista, que falava numa conferência de imprensa, hoje à tarde, em Coimbra.

Sublinhando que o seu partido nada tem contra a Misericórdia de Cantanhede, Pedro Coimbra sustentou que o que está em causa é a privatização do hospital de Cantanhede, que representa "mais um dano para o SNS [Serviço Nacional de Saúde] e para os serviços de proximidade" com os cidadãos.

"Não estamos disponíveis para a delapidação do SNS", assegurou.

Os socialistas propõem "com clareza, responsabilidade e equilíbrio" a "salvaguarda do hospital" de Cantanhede e sua "inclusão no CHUC" ou, como "segunda alternativa", a sua fusão com o hospital da Figueira da Foz e a criação de um centro hospitalar para o Baixo Mondego, abrangendo a generalidade das áreas atualmente servidas pelos dois estabelecimentos.

O hospital de Cantanhede, onde foram investidos "cerca de cinco milhões de euros" nos últimos anos, serve uma população estimada entre 60 e 80 mil pessoas dos concelhos de Cantanhede, Mealhada, Mira e Montemor-o-Velho.

A integração do Hospital Arcebispo João Crisóstomo num centro hospitalar do SNS, além de contribuir para "salvaguardar" este serviço, permitiria dotar esta unidade de mais valências (algumas das quais já previstas, mas que "ainda não saíram do papel") e de "serviços de saúde mais abrangentes", proporcionaria "vantagens financeiras" (com redução de despesas, resultantes designadamente de "ganhos de escala"), e daria "mais estabilidade e melhores condições" a todos quantos ali trabalham, sustentou Pedro Coimbra.

Com esta proposta, que garante "a sustentabilidade do hospital de Cantanhede" e que "foi estudada" e "ponderada", designadamente pelo gabinete de estudos da Federação Distrital do PS/Coimbra, os socialistas estão "a lançar um repto, um desafio quase desesperado" ao Governo para que não privatize esta unidade de saúde e a mantenha no SNS.

O PS vai, entretanto, promover "um fórum nacional" sobre a SNS, em 16 de maio, em Coimbra, anunciou o líder distrital do partido.

Além de Pedro Coimbra, participaram na conferência de imprensa Nuno Filipe e Hernâni Caniço, do gabinete de estudos do PS de Coimbra, Pedro Carrana, presidente da concelhia do PS de Cantanhede, e Carlos Ordens, vereador socialista da Câmara de Cantanhede.

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