“Quem intervém no jogo e rouba tem de ser preso”

por Mário Aleixo - RTP
Bruno de Carvalho não poupou o que considerou ser uma má arbitragem no jogo com o CSKA Lusa

Bruno de Carvalho reclama a punição de quem rouba num jogo.

Numa alusão indireta ao desempenho da equipa de arbitragem no jogo CSKA-Sporting, de quarta-feira à noite, no jogo da segunda mão do “play-off” da Liga dos Campeões que os “leões” perderam por 3-1 e impossibilitou o acesso à fase de grupos o presidente leonino disparou contra a equipa de arbitragem numa comunicação publicada no Facebook.

O líder leonino considera na mesma nota que “o futebol tem de se sujeitar às leis, regras e condutas que a sociedade comum se vê obrigada a cumprir”.

Bruno de Carvalho disserta tendo como motivação a derrota do Sporting e a atuação dos árbitros e escreve: “Existem centenas de milhares de pessoas que vivem à custa do futebol. Eles são parte integrante de estruturas, organismos, entidades, associações, empresas, agências, enfim, um sem fim de ‘profissionais’. Depois existem milhões de pessoas que, nada percebendo sobre os verdadeiros meandros do futebol, teorizam, diariamente, por vários meios e locais, criando explicações elaboradas daquilo que chamam o "fenómeno" desportivo. Eles vão tecendo um conjunto de considerandos complexos onde o sistema, o modelo, as noções ofensivas e defensivas, as condutas, tudo serve para criar fórmulas de explicação para que o comum dos mortais perceba este evento mundial que carinhosamente apelidamos de ‘fenómeno’”.

O dirigente não ficou convencido com a arbitragem do jogo entre a sua equipa e os russos e acusou sem escrever nomes: “Quem intervém no jogo e rouba tem de ser preso”.

Mas o diretor leonino sentiu-se na necessidade de explicitar melhor a sua ideia e escreveu: “O que a sociedade comum criou para lidar com os poderes ilegais criados dentro do poder legal? Prisões! Quem ‘opera’ fora da lei é preso! Quem rouba é preso! Quem age pelo interesse próprio e não pelo comum é condenado! O futebol não se pode (situar) num paraíso do delito. Não pode vir a ser um subsistema de ilegalidade. Não pode ser uma coisa ‘amoral’. O futebol tem de se sujeitar às leis, regras e condutas que a sociedade comum se vê obrigada a cumprir. Quem intervém no jogo e rouba tem de ser preso, não existe outra solução sem criar uma sociedade paralela que ameace tudo o que aprendemos a respeitar”.

O presidente do Sporting teoriza e a propósito reflete ao escrever: “Sem começar a identificar e prender corruptores e corrompidos, sem começar a exigir-se ao futebol o mesmo cumprimento de leis e regras da restante sociedade, sem acabar com a luta desenfreada pelo poder e os seus ‘mecanismos de controlo’, por exemplo com a introdução imediata do vídeo-árbitro, que reduziria logo 90% desse ‘controlo’ efetivo, o futebol arrisca-se a poder ter uma definição simples trazida da sempre brilhante sabedoria popular, ‘o que parece trampa, cheira a trampa e sabe a trampa, é trampa de certeza!’”, concluiu Bruno de Carvalho, no mesmo texto publicado na sua conta do Facebook.

De referir que no centro da indignação sportinguista está o primeiro golo da equipa russa alegadamente marcado com o braço, depois um golo anulado a Slimani porque a bola terá eventualmente passado a linha de fundo na marcação de um canto.

pub