Knok, uma nova aplicação de telemóvel que põe um médico à porta

por Nuno Patrício, Sara Piteira - RTP
Tiago Craveiro, Carolina Relvas e José Bastos, da Knok Foto: Sara Piteira - RTP

E se um médico estivesse ali, à mão de semear, sempre que necessitasse? É esse o propósito de uma nova aplicação para smartphones - a Knok. Chamar um clínico fica ao alcance de passos simples no ecrã do telemóvel.

A Knok é uma aplicação móvel criada para estabelecer um contacto rápido - em tempo real - entre médico e doente.

O sistema é de fácil acesso e compreensão e qualquer utilizador que tenha um telemóvel equipado com Android ou iOS rapidamente pode chamar um médico ao local onde se encontra, sem ter de estar na fila de espera de um consultório ou hospital.O pagamento é feito por cartão de crédito e, no final, o utilizador atribui uma classificação na aplicação.

José Bastos, 40 anos, especialista na área financeira e de gestão, é um dos oito elementos - todos com formações diversificadas, desde Medicina, Farmácia, Economia e Engenharia - que acreditam numa relação de proximidade e qualidade entre médico e doente.

O líder da Knok revelou ao site da RTP que este é um conceito que nasceu de uma necessidade própria.

"Há um ano o meu filho mais novo ficou doente, três vezes, em duas semanas, com uma virose e nós tivemos diagnósticos diferentes, de médicos diferentes que o viam nas urgências hospitalares. E como pai senti-me muito desconfortável com a forma do sistema de saúde funcionar. Então comecei a procurar formas de encontrar um médico a horas menos convenientes e sempre o mesmo médico. E não encontrei".



A ideia amadureceu e ganhou alguns adeptos, entre os quais alguns dos membros fundadores que pertencem à classe médica.

José Bastos acredita que o mercado de médico on demand, em Portugal, ainda não está explorado. Quer por isso aproveitar a oportunidade.

"Descobrimos que na verdade 40 por cento das pessoas que vão às urgências não precisam de ser tratadas nas urgências. Em Lisboa essa média sobe para 60 por cento. E então pensámos: deve haver muitas pessoas que têm o mesmo problema que nós temos. E começámos a estudar".



Lisboa e Porto são para já as áreas iniciais da exploração, que conta já com 50 médicos de várias especialidades, acreditados e certificados pela Ordem do Médicos. Mas os contactos estão no terreno.
Como funciona a Knok
José Bastos apresenta a Knok como uma aplicação que liga os médicos aos utentes, em tempo real, no sentido de obter consultas pessoais e personalizadas sem o desconforto de deslocações e tempo de espera.
"Os valores em média rondam os 80 euros, que podem ser amortizados por contratos estabelecidos com algumas seguradoras".


Através da aplicação, que se pode descarregar para um smartphone, os utilizadores podem ver a lista de médicos da plataforma, analisar os currículos, ver opiniões alheias, que obrigatoriamente têm de deixar no final da consulta, e escolherem o clínico, tendo em conta a localização de ambos.



Através desta aplicação, o doente - ou alguém por ele - pode chamar o médico imediatamente, aguardar a disponibilidade ou agendar uma consulta para mais tarde.

Uma Uber dos médicos
As semelhanças com o sistema de requisição de transporte Uber são óbvias: é o doente que escolhe o médico, a deslocação pode ser vista no telemóvel e o profissional de saúde dispõe de uma versão semelhante que lhe permite localizar o doente. 



José Bastos afirma que este sistema é feito por chamada, como a Uber, mas sublinha que a Knok não têm inimigos.

"A Knok é um serviço complementar dos sistemas de saúde. Na verdade, no lançamento já fazemos parte da rede referenciadora dos hospitais da CUF e, em todos os serviços a que os médicos não consigam dar resposta, há uma espécie de via verde para os hospitais do grupo CUF".

Serviço personalizado a preço razoável
Tudo o que é personalizado tem custos e, neste caso, os valores estipulados variam sempre em função das escolhas, quer dos médicos, quer de especialidades.

Segundo o líder da Knok, os valores rondam em média os 80 euros, que podem ser amortizados por contratos estabelecidos com algumas seguradoras a operar no mercado da ajuda complementar de saúde.

Para o gestor, esta nova aplicação médica impõe alguns limites, desde logo por ser apenas acessível através de smartphones e pelo pagamento com cartão de crédito.



"Numa fase inicial, só admite pagamentos com cartão de crédito. (...) Nós pensámos nisto como uma forma de segurança. Por um lado o médico, quando sai de casa, sabe que o cliente já pagou e vai receber e, por outro, o médico não recebe dinheiro físico e mesmo que vá a uma hora menos própria não corre o risco de ser assaltado", concluiu José Bastos.
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