Nuno Marques antevê `play-off` mais equilibrado com a Alemanha

por Lusa
Toby Melville - Reuters

O ‘capitão’ Nuno Marques reconheceu esta quarta-feira que o ‘play-off’ do Grupo Mundial da Taça Davis será mais equilibrado com a ausência dos três principais tenistas alemães, mas c

“Vai ser uma eliminatória muito renhida. Nós temos uma equipa forte, mas penso que não nos estamos a encarar como favoritos. Apesar das ausências [dos tenistas alemães] encaramos este ‘play-off’ da mesma maneira. Se eles [Alexander Zverev, Mischa Zverev e Philipp Kohlschreiber] tivessem vindo, a Alemanha seria extremamente forte, mas continua a ser forte. Vai ser um fim de semana intenso”, previu o selecionador nacional, na conferência de antevisão do duelo entre Portugal e a Alemanha.

Congratulando-se por poder contar, “como sempre”, com os melhores representantes lusos, na eliminatória que decorre entre sexta-feira e domingo, no complexo de ténis do Jamor (Oeiras), Nuno Marques assumiu que Portugal vai defrontar a equipa mais forte do seu reinado como ‘capitão’.

“Acho que no tempo em que levo como selecionador nunca encontrámos uma equipa tão forte em ‘ranking’. Teoricamente, a ausência desses três jogadores deixa a eliminatória mais equilibrada. Esperamos um ‘play-off’ difícil. Há anos que andamos a falar da subida ao grupo mundial. Independentemente dos adversários, o objetivo é o mesmo, foi sempre o mesmo: ganhar e subir”, frisou.

Embora reconheça que há “um bocadinho mais de pressão” sobre os ombros dos quatro tenistas que vão tentar levar Portugal ao Grupo Mundial, pela primeira vez na história, Marques asseverou que a preparação para o embate com o conjunto germânico está a decorrer nos mesmos moldes de todas as eliminatórias disputadas anteriormente.

“As coisas correm bem na nossa preparação, estamos a adaptar-nos ao ‘court’, às condições, às bolas. A adaptação está a ser bastante boa. Os nossos jogadores conhecem bastante bem a equipa alemã e penso que isso é uma mais-valia. Esperamos uma eliminatória muito disputada. É melhor jogar em casa do que fora. Estamos contentes por jogar aqui, neste ‘court’ emblemático. É uma eliminatória especial, todas são mas esta ainda mais”, enalteceu.

O ‘capitão’ português defendeu ainda que a escolha do ‘Centralito’ como palco daquele que pode vir a ser um momento histórico para o ténis nacional foi perfeita.

“É um grande ‘court’. Muitas gerações do ténis português jogaram aqui. Se há um ‘court’ que atravessa as gerações, é este. Não conheço um palco mais significativo para nós do que este. É histórico e um dos mais bonitos do mundo”, explicou.

Presente, como tenista, no único ‘play-off’ de acesso ao Grupo Mundial anteriormente disputado por Portugal, Marques admitiu que já partilhou a experiência com os seus jogadores.

“Pior não pode acontecer. Correr pior do que aquela eliminatória vai ser muito difícil, só pode melhorar. Estas ocasiões são incríveis. E nós sobrevivemos a essa experiência”, brincou, referindo-se à tentativa falhada de 1994, que terminou com derrota de Portugal perante a Croácia (4-0), no Lawn Tennis Clube da Foz, no Porto.

O ‘capitão’ luso escusou-se ainda a relevar quem será o escolhido para jogar os jogos de singulares como número dois nacional. Com o estatuto de tenista principal entregue a João Sousa (57.º), Nuno Marques terá a difícil missão de eleger entre Pedro Sousa (107.º) e Gastão Elias (148.º), que tem desempenhado esse papel nos últimos anos.

A formação da Alemanha, que é orientada por Michael Kohlmann e que não contará com os seus três principais tenistas - Alexander Zverev (4.º), Mischa Zverev (27.º) e Philipp Kohlschreiber (34.º) -, é composta por Jan-Lennard Struff (54.º), Cedrik-Marcel Stebe (90.º), Yannick Hanfmann (136.º) e Tim Puetz (380.º).

A seleção portuguesa, que é integrada ainda por João Domingues (184.º), vai defrontar a congénere germânica pela segunda vez, depois da derrota por 5-0 sofrida na edição de 1927, num confronto também realizado em Portugal, mas antes da reformulação da prova, em 1970.
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