Quando a crise da Catalunha estalou, em Outubro de 2017, as atenções voltaram-se para a região mais independentista de Espanha, o País Basco. Temia-se que um contágio nacionalista levasse milhares de bascos para as ruas de Bilbau e San Sebastián para exigirem a realização de um referendo e a proclamação de uma República como aconteceu em Barcelona.
As últimas sondagens revelam, no entanto, que o processo catalão de luta pela independência fez diminuir a vontade separatista do País Basco. Se houvesse um referendo só 23 % votariam SIM.
Nesta equação política do futuro dos bascos, a extinta ETA continua a ter um peso inquestionável. A organização separatista já não mata mas o seu legado corrói. Continua a ser uma ferida aberta numa sociedade que ainda não se reconciliou com o seu passado recente nem está disposta a perdoar.
Nesta altura, a urgência de se enfrentar a pandemia e a crise económica, relegam para segundo plano a luta independentista, no entanto, o desejo de serem um dia um Estado soberano, continua latente.
"País Adiado" é uma reportagem da jornalista Ana Romeu, com imagem de Pedro Mateus e edição de Samuel Freire.
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