A tomada do poder por Isabel de Inglaterra no século XVI continua a ser um fascinante relato histórico e político, bem patente nesta deslumbrante produção britânica.
A morte de Henrique VIII deixou a Inglaterra dividida por complexos confrontos entre católicos e protestantes. Mary, a meia-irmã de Elizabeth, estava no trono e era uma católica fanática. Apesar de ter mandado prender Elizabeth, nunca foi capaz de a mandar executar. E, com apenas 25 anos de idade, a ingénua Elizabeth ascende ao trono de Inglaterra em meados do século XVI. Herda um país mergulhado no caos financeiro, político e religioso. De jovem rainha inocente, Elizabeth vai-se transformando num monarca pragmático e hábil que marcou para sempre a Inglaterra. Sobreviveu a todos os atentados à sua vida bem como a todas as propostas políticas de casamento e acabou por ficar conhecida como a ?Rainha Virgem?, tendo reinado com mão de ferro durante 45 anos, transformando a Inglaterra numa das maiores potências do seu tempo.
A vida e reinado de Isabel de Inglaterra no século XVI tem inspirado inúmeros filmes dos mais variados géneros. A riqueza, complexidade e importância da sua personalidade e reinado continua, ao fim de quatro séculos, a ser um dos mais fascinantes relatos da ascensão de uma personalidade política. O cineasta indiano Shekhar Kapur recria de forma soberba e deslumbrante os primeiros anos de Isabel de Inglaterra à frente dos destinos da Inglaterra. Acompanha de forma subtil e inteligente o complexo processo que transformou uma rapariga ingénua num formidável estratega e num monarca temido. Mesmo se a verdade histórica possa aqui e ali ser moldada a imperativos dramáticos, ?Elizabeth? é uma das mais belas e sumptuosas recriações da imortal ?Rainha Virgem?, do fabuloso guarda-roupa aos impressionantes décors, mas sobretudo pela subtileza da visão moderna e crítica dos jogos palacianos e políticos nos corredores do poder. Tudo isto servido por um grande elenco, dominado pela admirável Cate Blanchett.