Portugal-San (Portugueses no Japão)

Integrado no rubrica ´Grande Repórter´ este é um documentário da jornalista Ana Romeu sobre a integração da comunidade portugueses no Japão. Os hábitos e a cultura na sociedade nipónica. O Japão do século XXI através do olhar de cinco portugueses.

A mais de 15 mil km, no extremo Oriente, o Japão apresenta-se aos portugueses como um país distante, algo exótico, formatado entre a tradição milenar dos samurais e gueishas e as tendências mais futuristas. É do Japão, segunda potência económica mundial, que são lançadas as últimas inovações tecnológicas, os aparelhos ultra-modernos, a estética dos arranha-céus e do sushi, do design depurado e da lucrativa indústria de desenhos-animados e "mangas".
É este o cenário que os portugueses conhecem.
Desconhecem, no entanto, a admiração que os japoneses têm por tudo o que é português e o conhecimento que revelam da história que é comum aos dois países.
Todos os japoneses sabem pelo menos que foram os portugueses os primeiros ocidentais a chegar à ilha de Tanegashima em 1543, tendo na altura introduzido a espingarda - a arma que permitiu a unificação do próprio Japão.
O pão-de-ló ou "Castela", receita original trazida pelos jesuítas no século XVI, é o ex-libris gastronómico da região de Nagasaki, cidade fundada pelos mercadores portugueses.
De algum vocabulário à gastronomia, marcos históricos e monumentos, passando pela evangelização, a presença portuguesa manifesta-se diariamente em variadíssimas partes do Japão. A mais contemporânea é expressa através das obras de José Guimarães.
A própria língua, o português, é a segunda língua estrangeira ocidental mais falada no país devido à presença de mais de 200 mil brasileiros. Licenciaturas e pós-graduações são ministradas em 5 Universidades.
"Portugal-san" propõe mostrar o Japão do século XXI através do olhar de cinco portugueses.
Cinco portugueses que são o exemplo dessa dualidade permanente, dessa esquizofrenia: Modernidade vs Tradição. Consumismo desenfreado vs Contemplação.
Cinco portugueses, que mais de 460 anos depois, continuam a deixar um legado da cultura lusófona em terras nipónicas e ao mesmo tempo são receptores de uma vivência oriental que integraram naturalmente nas suas vidas. São a síntese perfeita de duas culturas que não se anulam.

Grande Repórter