No rescaldo de mais um Festival da Canção – que, como o de 2017, dá de novo muito que falar! - o “Gramofone” viaja 45 anos no tempo para chegar a outras “touradas”. O anfitrião é Fernando Tordo, um dos nomes maiores da Música Portuguesa, e que na edição de 2018 do evento voltou a participar, com uma música defendida por Anabela e que contou com palavras de Tiago Torres da Silva.

O momento de hoje mostra o músico em casa de José Carlos Ary dos Santos, poeta e letrista com quem Tordo trabalhou desde finais da década de 60 até inícios da de 80, e que neste ano de 1973 assinava seis dos dez textos de canções a concurso – razão para alguma imprensa falar de um “Festival Ary da Canção”. Simone de Oliveira, Luís Duarte, Paco Bandeira e Paulo de Carvalho são as quatro vozes que se juntaram à de Tordo, a quem couberam duas músicas, também de sua autoria: “Carta de Longe” e a vencedora desse ano, “Tourada”.

Neste segmento vídeo e áudio em bruto, captado pela RTP na sequência do Festival e em que Fernando Tordo é entrevistado por Fialho Gouveia, são precisamente essas duas canções que surgem em medley. Antes, na mesma peça, o músico tinha passado em revista as anteriores participações suas no Festival, onde se estreara em 1969 com uma “Cantiga”, de sabor medieval.

Em termos discográficos, a editora com quem Fernando Tordo tinha então contrato era a Tecla, do maestro Jorge Costa Pinto, e aí é publicado um single precisamente com as duas canções de hoje. Logo de seguida, nova mudança editoral, desta vez para a Orfeu, de Arnaldo Trindade. Mas o 25 de Abril estava à porta e o inteligente percebeu que as canções não podiam mesmo acabar!