A FESTA DO POVO DE AVEIRO por Rui Alves

Simplesmente, a Taça ou melhor a festa da Taça, assim conhecida por todos os adeptos do futebol, conheceu, desde da sua primeira final disputada em 1939, algumas variações na sua organização, no entanto distingue-se de todas as outras provas: é a eliminar.

A Taça com as suas eliminatórias, terminando numa final, tem um fascínio muito especial e que tantas vezes, tem um vencedor inesperado.

Assim, aconteceu em 1999. Neste ano e pela primeira vez, ficou marcado pela estreia de uma equipa do Alentejo no encontro decisivo da Taça. O Campomaiorense, porventura, com mais adeptos no Estádio Nacional tem pela frente o desalentado, Beira-mar, já que o clube Aveirense tinha, duas semanas antes, sofrido a despromoção à divisão de honra.

Mas, uma final é para se ganhar e o lance genial de Ricardo Sousa, como descreveu o seu treinador e pai, António Sousa, arrumou de vez as pretensões da equipa de Campo Maior que até sofrer o golo, sessenta minutos depois do primeiro apito do árbitro Lucílio Baptista, tinha dominado o jogo.

O presidente do clube de Campo Maior, João Nabeiro declara que a derrota é um enorme obstáculo à formação de um grande clube Alentejano. O futuro do Campomaiorense, no entender do seu principal dirigente, tinha ficado comprometido, a premonição revela-se certa. De 2001, última presença na I Divisão, o clube caí do topo até aos campeonatos distritais e, por mais do que uma vez, é incapaz de se manter nos campeonatos profissionais.

Nas ruas de Aveiro, aqueles que não se deslocaram ao Jamor, viram o jogo num «écran» gigante a vitória do clube da cidade, vibrando os adeptos que se vestiram de amarelo, estavam longe de imaginar as enormes dificuldades que o Beira-Mar viria a enfrentar e que ainda hoje tenta sobreviver.

Na mata do Vale do Jamor, o litoral misturou-se com o interior, adeptos aveirenses e alentejanos participaram na última festa da Taça do século passado. Desde 2000, a final do Jamor tem sempre a presença de um dos grandes…