AS PIONEIRAS DOS JOGOS OLÍMPICOS por Rui Alves

Foi preciso esperar quarenta anos para a comitiva olímpica Portuguesa integrar as primeiras atletas femininas. Dália Cunha (Sammer depois do casamento), a sua irmã Natália e Laura Amorim são as primeiras mulheres Portuguesas a competirem nos Jogos Olímpicos na modalidade de "ginástica artística".

A ida a Helsínquia foi um desafio para estas mulheres, é preciso relembrar que a Sociedade Portuguesa de 1952 defendia que o lugar das mulheres era em casa. A permissão do acesso ao desporto só era permitida quando o progenitor autorizava que a sua filha podia treinar livremente.


O incentivo familiar era por isso muito importante para as mulheres Portuguesas e Dália alcançou a notoriedade quando se casou com Joseph Sammer. Este Alemão da Baviera, conhecido como um treinador impiedoso do Ginásio Clube Português ajudou a melhorar as qualidades de 8 ginastas que, entretanto, tinha seleccionado, catapultando a ginástica portuguesa feminina para um nível que até então nunca alcançara.

Dália, dama de honor do Concurso de Miss Portugal é uma jovem irreverente e destemida para o seu tempo. Antes da ginástica, foi campeã em várias modalidades como o ciclismo, no lançamento do peso, salto em altura, foi também praticante de saltos acrobáticos, tornando-se a desportista mais conhecida de um país conservador como era Portugal.

O caminho até à glória de conquistar uma medalha olímpica seria uma enorme maratona de 32 anos. A primeira medalha seria de bronze, conquistada por Rosa Mota depois de correr mais de 42 quilómetros, prova que fazia a estreia nos Jogos Olímpicos de 1984.