E QUEM NÃO SALTA... por Rui Alves

Presente desde da primeira edição do Mundial, o Rali de Portugal foi visto como o modelo a seguir, atravessa três décadas de enorme sucesso até ficar órfão. Sem ninguém para o defender sofre a erosão da comparação, sofre por estar em Portugal.

São vinte e oito anos de vitórias que se cruzam com as memórias de uma prova que é agora abandonada pelo Campeonato do Mundo. O rali Português entra na etapa mais sombria da sua história.

A odisseia que passou por ser eleito como o Melhor Rali do Mundo continua, mas entre dois mil e um e dois mil e um e dois mil e quatro apenas está integrado no Campeonato Nacional de Ralis.

É em dois mil e quatro que nasce o novo rali de Portugal tal como o conhecemos hoje, o recém-eleito presidente do ACP, Carlos Barbosa aposta forte no regresso do rali ao Campeonato do Mundo. Surgem pela primeira vez as zonas espectáculo, nunca nenhum rali do campeonato do mundo tinha feito isso, concentra os espectadores em várias zonas da prova que são de acesso fácil e que permitem uma forma segura de poder assistir à passagem dos carros. Para a organização, é mais fácil controlar as milhares de pessoas do que tê-las a andarem na berma da estrada.

O sucesso da nova fórmula coloca, de novo, Portugal no Mundial de Ralis. Ano após ano os elogios não faltam à capacidade organizativa, as classificativas são consideradas espectaculares, mas falta qualquer coisa... falta a paixão dos Portugueses!

Suspira-se pelo regresso ao Norte e a equipa do ACP organiza a primeira edição do Fafe Rally Sprint, surpreendendo o presidente da FIA, Jean Todt é um velho conhecido das estradas portuguesas, vencedor como navegador de Jean Pierre Nicolas na edição do Rali de setenta e um.

Em apenas 6 quilómetros, estão mais de 120 mil pessoas, o entusiasmo é enorme para ver o famoso Salto da Lameirinha. Mesmo com o despertar das muitas emoções proporcionados pelos saltos espectaculares, o comportamento é exemplar, é uma preciosa ajuda para o Rali voltar às origens!