MONSANTO E OS CARROS por Rui Alves

Quando os motores rugiam em Monsanto era sempre em estradas sinuosas e escondidas num vasto arvoredo que, entretanto, tinha crescido desde do final de 1940 quando foram plantadas mais de 300.000 árvores e construídos 10 quilómetros de estradas.

Este parque florestal de Monsanto procurado pelos Lisboetas para se abrigarem do calor de Verão, é sobressalto na década de sessenta pelo Circuito de Montes Claros, eternizado em 1959 quando recebeu a primeira corrida de fórmula 1 disputada em Lisboa.

No último fim de semana de Julho de 1967, os melhores pilotos Portugueses e algumas vedetas estrangeiras despertam as emoções dos milhares de adeptos que assistem a um dos maiores acontecimentos do desporto automóvel nacional, organizado de forma irrepreensível pelo Clube 100 à Hora.

As curvas feitas com grandes acelerações, os roncos de motores potentes que fazem o ponteiro das rotações chegar ao limite, é a primeira corrida feita por bólides muito rápidos da fórmula V e 3.

O Circuito de Monsanto como era conhecido na década de cinquenta, embora mais pequeno, recebeu a honra da visita de um piloto que todos conhecem, Juan Manuel Fangio.

A Serra de Monsanto é feita a todo o gás e uma condução à Fangio, Mário de Araújo (Nicha) Cabral vence a prova destinada aos G.T. e Protótipos fazendo a volta mais rápida (a 6ª de 30) à fantástica média de 1 minuto, 17,48 segundos.

Nicha Cabral confirma que é um dos melhores pilotos Portugueses, depois de em 1959 se ter estreado na Fórmula 1, no belo cenário do Circuito de Monsanto, classificando-se em 10º lugar, a vitória seria de outro piloto lendário, o Inglês Stirling Moss.