NÃO HÁ CAMPEÕES INVENCÍVEIS por Rui Alves

O Benfica que tinha desviado o treinador Béla Guttmann do FC Porto, clube em que tinha sido campeão nacional, para a Luz, onde o húngaro encontra uma equipa já formada e orientada nas épocas anteriores por Otto Glória, treinador brasileiro a que ficou atribuída uma frase que ficou até hoje: “Quando a equipa ganha, o treinador é bestial. Quando perde, é uma besta”.

Com o Mestre magiar, os encarnados chegam à última jornada do campeonato de 59/60 já com o campeonato assegurado, o clube de Lisboa sem derrotas e num ambiente apoteótico, organiza mais uma festa no Estádio Sport Lisboa e Benfica, onde não faltam as faixas com a inscrição de “campeão invicto”.

A proeza histórica parecia bem encaminhada quando o extremo benfiquista José Augusto marca, aos 35 minutos da primeira parte, o primeiro golo do encontro com o Belenenses.

No entanto, a ambição e o legítimo desejo, não se concretiza. Após o intervalo retemperador, a equipa do Restelo, numa pequena desforra do drama de 1955, dá a volta ao resultado com dois golos do brasileiro Tonho.

A magnífica exibição dos azuis estraga por completo a festa encarnada, as faixas tiveram de aguardar por outra ocasião.

A equipa do lendário Matateu, orientada por Otto Glória ocupa então, o 3º lugar do Nacional de 1960, é uma época em que o Belém inicia com o triunfo na Taça de Honra de Lisboa (com duas vitórias frente a águias e leões) e que culminaria com a conquista da Taça de Portugal, arrebatada na final, ao Sporting.