O PORTUGUÊS MAIS RÁPIDO DE SEMPRE por Rui Alves

Filho de um futebolista, Francis Obikwelu, nigeriano de nascimento e naturalizado português em outubro de 2001, tem uma carreira impressionante como velocista, em que se destaca a medalha de prata dos Jogos da XXVIII Olimpíada de Atenas, em 2004, o recorde da Europa e os triunfos nos campeonatos da Europa de 2002 e 2006.

No entanto, o percurso de Francis não foi fácil, a vida colocou-lhe muitos obstáculos que ele com muita garra e alguma sorte pode superar. Com 16 anos e integrado na selecção nigeriana viajou até Portugal para marcar presença no Mundial de Juniores, disputado no Estádio Universitário, em Lisboa.

A ambição legitima de uma vida melhor, faz com que fique em Portugal e mesmo não tendo qualquer tipo de identificação, arranja trabalho nas obras. Entretanto, o embaixador pede o auxílio das autoridades Portuguesas para procurar Francis e os companheiros que o seguiram na aventura. Foge de Lisboa, muda de nome é como John Smith que viaja até Loulé para trabalhar na construção civil.

Sempre com vontade de se integrar no país, procura uma escola para assim, aprender a língua portuguesa, e aqui tem a felicidade de conhecer uma professora que depois de saber que ele tinha vontade de continuar a treinar, telefona primeiro para o Benfica e depois para o Sporting, mas os dois clubes da 2ª circular, não manifestam qualquer tipo de interesse em Obikwelu.

É, então, encaminhado para o Belenenses. O treinador Fausto Ribeiro recebe de imediato Francis, até porque tinha estado no Mundial e acreditava no potencial do nigeriano.

Sorte por ter encontrado uma professora que acreditou nele, sorte por encontrar um treinador que o conhecia, sorte é um substantivo que pode significar destino, Francis Obikwelu tinha encontrado o seu.