A Antena 2 assinala durante todo o mês de Maio, os 50 anos do Maio de 1968, com uma rubrica da autoria de David Ferreira.
2ª a 6ª feira
09h50 | 19h00
A "crise" de maio de 1968 começou como uma contestação estudantil francesa. No entanto, estendeu-se a outros setores sociais, laborais e culturais franceses e teve repercurssões em muitos outros países, dos EUA ao Japão.
Desde Março que se anunciava um mal-estar no seio dos estudantes, com algumas agitações. Contudo, o detonador da crise ocorre em Nanterre, nomeadamente com a ocupação pelos estudantes, da Faculdade de Nanterre. Grupos de esquerda, revoltados "contra a sociedade de consumo", insatisfeitos com o ensino tradicional e a insuficiência de saídas profissionais, decidem opor-se pela "contestação permanente". Em seguida, os estudantes ocupam a Universidade da Sorbonne, a que se segue uma dura intervenção policial.
Geram-se tumultos e focos de tensão, com as primeiras barricadas nas ruas - nomeadamente no Quartier Latin, entrando-se num ciclo de provocação e repressão, com algumas manifestações pacíficas pelo meio.
O conflito alarga-se ao setor social, com manifestações sindicais, acompanhadas de greves que paralisam mais de 10 milhões de trabalhadores franceses.
Entretanto, a 14 de maio, o primeiro-ministro Georges Pompidou declara que a Sorbonne seria reaberta livremente, numa tentativa de apaziguar a situação no meio estudantil, quando nos muros da universidade imperavam slogans como "É proibido proibir!". Os distúrbios nas ruas continuam, e a crise torna-se cada vez mais política que nem mesmo o anúncio de novas eleições legislativas faz terminar a agitação.
A 16 de junho, durante os distúrbios no Quartier Latin, morre um jovem de 17 anos, Gilles Tautin. É o fim da crise estudantil, mas a situação política, essa, continuará agitada. Assim como os reflexos de uma outra consciência cívica, pelo mundo inteiro.
"É Proibido Proibir!"
No aniversário de Maio de '68, com David Ferreira
"É Proibido Proibir!" No aniversário de Maio de '68, com David Ferreira evoca, partindo destes acontecimentos, e dos que os antecederam e sucederam, este período marcante em França e no Mundo.
Através da música, percorre ideias, costumes, aspectos políticos, culturais e artísticos de um "ano de muitas luzes, mas também de muitas escuridões".
Paris, no Maio 68 foi a expressão, a explosão de um mundo em transformação, social, cultural, cívica. Foi um ano que marcou e mudou o mundo. E as canções exprimem e ilustram essas convulsões e mudanças ocorridas em diversas partes do globo.
Através da música, percorre ideias, costumes, aspectos políticos, culturais e artísticos de um "ano de muitas luzes, mas também de muitas escuridões".
Paris, no Maio 68 foi a expressão, a explosão de um mundo em transformação, social, cultural, cívica. Foi um ano que marcou e mudou o mundo. E as canções exprimem e ilustram essas convulsões e mudanças ocorridas em diversas partes do globo.
Índice dos programas
1 - 1 Maio - Jornal do Mundo em 1968 - Parte 1
Ouvir aqui.
14 - 18 Maio - Cabelos compridos
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15 - 21 Maio - O combate pelas raparigas e contra a guerra no Vietname
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16 - 22 Maio - Nanterre na Era do Aquário
Ouvir aqui.
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15 - 21 Maio - O combate pelas raparigas e contra a guerra no Vietname
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16 - 22 Maio - Nanterre na Era do Aquário
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17 - 23 Maio - Nanterre em revolta
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18 - 24 Maio - Corações puros ou pequenos idotas
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19 - 25 Maio - De Gaulle e as pombas
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20 - 28 Maio - Colette Magny e o pico da revolta
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18 - 24 Maio - Corações puros ou pequenos idotas
Ouvir aqui.
19 - 25 Maio - De Gaulle e as pombas
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20 - 28 Maio - Colette Magny e o pico da revolta
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21 - 29 Maio - O Rock, o Cinema e a Revolta
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22 - 30 Maio - Depois de Maio
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23 - 31 Maio - O que sobrou do Maio de 68
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22 - 30 Maio - Depois de Maio
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23 - 31 Maio - O que sobrou do Maio de 68
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Desde Março que se anunciava um mal-estar no seio dos estudantes, com algumas agitações. Contudo, o detonador da crise ocorre em Nanterre, nomeadamente com a ocupação pelos estudantes, da Faculdade de Nanterre. Grupos de esquerda, revoltados "contra a sociedade de consumo", insatisfeitos com o ensino tradicional e a insuficiência de saídas profissionais, decidem opor-se pela "contestação permanente". Em seguida, os estudantes ocupam a Universidade da Sorbonne, a que se segue uma dura intervenção policial.
Geram-se tumultos e focos de tensão, com as primeiras barricadas nas ruas - nomeadamente no Quartier Latin, entrando-se num ciclo de provocação e repressão, com algumas manifestações pacíficas pelo meio.
O conflito alarga-se ao setor social, com manifestações sindicais, acompanhadas de greves que paralisam mais de 10 milhões de trabalhadores franceses.
Entretanto, a 14 de maio, o primeiro-ministro Georges Pompidou declara que a Sorbonne seria reaberta livremente, numa tentativa de apaziguar a situação no meio estudantil, quando nos muros da universidade imperavam slogans como "É proibido proibir!". Os distúrbios nas ruas continuam, e a crise torna-se cada vez mais política que nem mesmo o anúncio de novas eleições legislativas faz terminar a agitação.
A 16 de junho, durante os distúrbios no Quartier Latin, morre um jovem de 17 anos, Gilles Tautin. É o fim da crise estudantil, mas a situação política, essa, continuará agitada. Assim como os reflexos de uma outra consciência cívica, pelo mundo inteiro.
Fotos de origem não identificada, provenientes da internet
David Ferreira nasceu em Lisboa, em 1954; é filho do poeta David Mourão-Ferreira e de Maria Eulália de Carvalho, sobrinha de Valentim de Carvalho.
Trabalhou durante três décadas na Valentim de Carvalho e na EMI Valentim de Carvalho, entre 1983 e 2007, como Diretor-geral.
É investigador na área da música popular. É autor de programas na Antena 1 - A Contar e Cena do Ódio -, tendo este último recebido o prémio da Sociedade Portuguesa de Autores.
Trabalhou durante três décadas na Valentim de Carvalho e na EMI Valentim de Carvalho, entre 1983 e 2007, como Diretor-geral.
É investigador na área da música popular. É autor de programas na Antena 1 - A Contar e Cena do Ódio -, tendo este último recebido o prémio da Sociedade Portuguesa de Autores.