Bette Midler no papel de Mary Rose Foster — educada a ouvir blues...

19 Jan 2019 0:25

Assim vai o género musical: Steven Spielberg anda a trabalhar numa nova versão de “West Side Story”. Entretanto, alguns filmes com importantes componentes musicais têm tido especial impacto — basta lembrar os exemplos de “Bohemian Rhapsody” e “Assim Nasce uma Estrela”, ambos premiados nos Globos de Ouro, ou ainda de “Vox Lux”, com Natalie Portman, agora lançado no mercado português. Dir-se-ia que a intimidade de quem faz música e, sobretudo, de quem canta, voltou a ser estimulante para o cinema contemporâneo. Por isso mesmo, as memórias regressam.

Bette Midler, "The Divine Miss M" de acordo com o nome mitológico, é uma dessas memórias. Divina? O seu modo de interpretar e sentir as canções estabelece uma ligação sensual entre o divino e o profano, as palavras que se dizem e as palavras que ficam por dizer. Tudo isso está no seu filme mais célebre: “A Rosa”, a história dramática e muito atribulada de Mary Rose Foster, personagem que, como ela própria diz, começou a ouvir blues no dia em que nasceu.



Com realização de Mark Rydell, “A Rosa” surgiu em 1979, um ano muito forte na produção de Hollywood, marcado por títulos como “Kramer contra Kramer”, “All That Jazz” e “Apocalypse Now”. O filme teve quatro nomeações para os Oscars (incluindo uma para Bette Midler), mas nada ganhou. O certo é que deixou uma marca muito especial — era possível fazer um filme com canções que fosse também um invulgar estudo psicológico do próprio cantor ou, neste caso, da cantora.
Curiosamente, “A Rosa” teve um eco bem diferente nos Globos de Ouro, com Bette Midler a receber, não um, mas dois Globos: um de melhor actriz em musical ou comédia, outro de revelação feminina do ano. O filme arrebatou ainda um terceiro globo, para Amanda McBroom, autora da canção que dá o título ao filme, “The Rose”.

  • cinemaxeditor
  • 19 Jan 2019 0:25

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