Crítica: "MISSÃO IMPOSSÍVEL: OPERAÇÃO FANTASMA"
A missão voltou a ser impossível
Objetivo alcançado: Brad Bird saltou do universo da animação para o da imagem real injetando energia visual numa série que parecia estar moribunda.
Tom Cruise, 48 anos, salta no vazio? Ator assume um herói que concretiza o improvável.
Trailer/Cartaz/Sinopse:
Missão Impossível: Operação Fantasma
Acusado do atentado terrorista ao Kremlin, o operacional do FMI Ethan Hunt é renegado bem como o resto da agência, quando o Presidente inicia a “Operação Fantasma". Sem recursos ou apoios, Ethan terá de encontrar uma forma de limpar o nome da agência e prevenir outro ataque. Para piorar a situação, Ethan é obrigado a embarcar nesta missão com uma equipa de colegas fugitivos do FMI, cujos motivos ...
Vídeo:
Tom Cruise na torre Burj Khalifa
Vídeo promocional mostra as acrobacias do ator na rodagem de uma cena do quarto "Missão Impossível".
Tom Cruise tem motivos para estar satisfeito e celebrar neste final de 2011. Os resultados menos positivos de "Missão Impossivel 3", realizado por J. J Abrams, em 2006, representaram um revés e indiciaram o esgotamento de um seriado que Brian de Palma retomou, em cinema, há 15 anos. Este quarto episódio relança o franchise e reanima o papel de Tom Cruise enquanto ator e produtor.
O agente especial Ethan Hunt (Cruise) é destacado para uma primeira missão em Moscovo, sendo implicado num
bombardeamento que destrói o Kremlin. A agência FMI
(Força de Missão Impossível) fica desacreditada e a equipa de espiões é extinta através de uma Operação Fantasma.
Sem retaguarda, Hunt reúne antigos agentes e mobiliza-os para limpar o nome da
agência e deter um terrorista louco (Micahel Nyqvist) que roubou os códigos nucleares russos e está preparado para desencadear um conflito nuclear.
"Missão Impossível: Operação Fantasma" tem um enredo pouco surpreendente mas não é nesse domínio que o filme pretende ser espantoso.
Brad Bird elevou a fasquia ao desenhar algumas das sequências de ação mais conseguidas de toda a série e definidoras de novos padrões para este tipo de cinema - a título de exemplo, algo de semelhante sucedeu no primeiro episódio da série quando Ethan Hunt foi suspenso por um cabo para manipular um computador.
Essa cena é citada por duas vezes em "Operação Fantasma", adquirindo um novo fulgor num momento emblemático que foi rodado no exterior do mais alto arranha-céus do mundo, o Burj Khalifa, no Dubai (ver vídeo associado). É Tom Cruise? É um duplo? A cena foi integralmente filmada em suspenso na fachada do edifício? isso é irrelevante perante um momento de cinema que se torna empolgante graças à realização, montagem e interpretação.
É possível sentir essa mesma vertigem ou suspender por momentos a respiração noutros momentos visualmente menos espantosos e arriscados deste filme: numa cena de puro suspense no interior do cofre forte do Kremlin, quando Ethan Hunt usa um computador que gera um holograma para iludir um guarda russo; na perseguição de automómel em plena tempestade de areia; ou na luta homem-a-homem que acontece na garagem de recolha de automóveis com plataformas retráteis.
"Missão Impossivel: Operação Fantasma" faz justiça ao espírito da série concretizando cenas de ação humanizadas - é por isso Tom Cruise faz questão de publicitar e demonstrar que roda as cenas de ação mais arrojadas - e gerando momentos de cinema tecnologicamente inovadores através do recurso as gadgets atuais, como um ipad, por exemplo.
Este quarto filme do franchise marca a
estreia de Brad Bird ("The Incredibles - Os Super Heróis" e "Ratatui")
na realização de uma longa-metragem de imagem real. Surpreendente? Nem tanto, se considerarmos que ele injeta a mesma energia visual e a dimensão espacial que esses filmes animados tinham. Um homem dos cartoons tornou a missão impossível, ou seja, concretizou o inverosímil. Como se fosse um truque de magia...
Crítica de Tiago Alves
actualizado às 17:45 - 21 dezembro '11
publicado 01:38 - 21 dezembro '11