Cannes 2016
A segurança reforçada no Festival de Cannes
Autoridades francesas reforçam meios para prevenir qualquer ação terrorista durante a maior festa do cinema no mundo.
As autoridades francesas não receberam nenhuma ameaça concreta contra o festival mas reforçaram as medidas preventivas. A polícia tem instruções para apertar a vigilância nas ruas através de rusgas aletaórias, a vigilância foi reforçada em redor dos edifícios públicos, como a estação ferroviária e o Palácio dos Festivais, e técnicos em explosivos farão inspeções diárias no Festival de Cannes.
As medidas de segurança implicam ainda a criação de zonas aéreas fechadas, restrições marítimas na zona costeira e reforço de vigilância nas praias.
Dois dias antes do festival começar, o ministro do interior francês, Bernard Cazeneuve, inspecionou o dispositivo de segurança e indicou que foram empregados "meios excepcionais" com "várias centenas de policiais mobilizados".
O ministro do interior quantificou apenas que há 500 operacionais envolvidos na vigilância no Palácio dos Festivais e manteve sigilo sobre os agentes que vigiam outras zonas da cidade. A organização do evento contratou também cerca de 400 agentes de segurança privados, que irão vigiar os acessos ao edifício e o tapete vermelho, onde desfilarão os cineastas e as celebridades do mundo inteiro.
A 69º edição do Festival de Cannes acontece seis meses depois de jihadistas do Estado Islâmico terem realizado ataques coordenados em Paris, provocando 130 mortos.
Para preparar as forças de segurança para um atentado terrorista, a cidade de Cannes realizou no mês de abril a simulação de um ataque: a explosão de um carro-bomba em frente a uma escola coincidiu com um ataque de quatro terroristas numa sala de cinema do Palácio dos Festivais onde estavam 180 figurantes.
O exercício ajudou a detectar falhas na coordenação dos agentes, segundo as autoridades. Nas semanas que antecederam o início do festival, quatro especialistas, incluindo um responsável antiterrorista israelita, realizaram uma auditoria para analisar as vulnerabilidades da cidade.
O plano anti-terrorismo é continuamente reforçadoA edição de 2015 aconteceu quatro meses após os atentados contra a sede da revista Charlie Hebdo, realizados por três jihadistas que provocaram 17 mortos.
No ano passado, o contexto impôs "um dispositivo de segurança superior ao do ano anterior", que incluiu pela primeira vez um centro de comando único para todas as forças de ordem. Este disposito volta a funcionar durante o 69º Festival de Cannes.
Para as forças de autoridade, as celebrações do festival de Cannes significam onze longos dias vigiando uma multidão potencialmente perigosa para as personalidades que passam pelo tapete vermelho, protegidas todos os anos por uma 'bolha impenetrável' em volta do Palácio de Festivais.
A própria organização do festival adopta medidas que permitam aplicar um protocolo de segurança mais rigoroso e por vezes mais demorado. Exemplo disso é o que sucedeu na Quinzena dos Realizadores que reduziu a sua programação de filmes em 17 horas, o que em média significa uma sessão por dia.
No dia anterior ao início do Festival, terça-feira, os jornalistas e profissionais que se encontravam a trabalhar durante a tarde no palácio dos festivais foram confrontados com exercícios de evacuação que permitiram avaliar a resposta dos funcionários e testar o sistema sonoro de comunicação interno que será ativado numa situação de emergência.