Sigourney Weaver, o rosto central de

3 Set 2017 2:32

Vale a pena lembrar, nem que seja por pedagógica ironia, que a música de Mozart está na banda sonora do primeiro capítulo da saga "Alien". Mas a sua transparência e alegria estão longe de definir o ambiente que se vive no interior da nave Nostromo. Ou melhor: se se escuta Mozart no interior da nave, é apenas por calculado contraponto dramático com as coisas terríveis que vão começar a acontecer.

Estava-se em 1979. Que é como quem diz: a ficção científica tinha voltado a estar na moda, graças ao fenómeno que foi o primeiro título da saga de George Lucas, "A Guerra das Estrelas", lançado dois anos antes. Em qualquer caso, "Alien" (que entre nós recebeu o subtítulo "O Oitavo Passageiro") apostava não num registo mais ou menos aventuroso e paródico, à maneira de Lucas, mas sim num retorno a componentes enraizadas na tradição do cinema de terror.


O filme realizado por Ridley Scott — que assinou, recentemente, o novo "Alien: Covenant" — vive, afinal, de uma velha máxima do cinema de terror. Assim, o confronto com uma entidade maligna (e, como é o caso, absolutamente destruidora) envolve sempre um processo de avaliação dos mistérios e limites do ser humano — ser ou não ser, eis a questão.

A música de Jerry Goldsmith é essencial ao clima do filme, como é, obviamente, a concepção do monstro, da autoria do pintor suíço Giger, H. R. Giger. Isto sem esquecer, claro, a coesão do elenco liderado por Sigourney Weaver — mais do que o capítulo fundador de um saga de sucesso, "Alien" entrou para a história como um genuíno fenómeno de culto.

  • cinemaxeditor
  • 3 Set 2017 2:32

+ conteúdos