"OS PINGUINS DO SR. POPPER"  

Algo ligeiramente diferente

Jim Carrey regressa numa comédia com elenco improvável onde compete com seis pinguins para ser o centro das atenções.

Algo ligeiramente diferente
Jim Carrey no centro de um bailado com seis pinguins.
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 Algo ligeiramente diferente
Os Pinguins do Sr. Popper (VO) Enquanto criança, Tom Popper (Jim Carrey) cresceu sem a presença do pai e isso refletiu-se no adulto em que se tornou, dando mais importância ao trabalho do que aos filhos. Um dia, recebe um estranho presente do pai: seis pinguins. Não percebendo a intenção, Popper tenta livrar-se deles, mas a tarefa torna-se difícil quando a ex-mulher aparece com os filhos para celebrar o aniversário de uma das ...

Há muito que Jim Carrey espreita um desafio que lhe permita romper com um registo de representação cristalizado e que o impede de surpreender em comédia ou de ter sucesso no registo mais sério do thriller. 

A oportunidade de contracenar com pinguins acaba por ser uma opção interessante, mesmo sabendo que isso encerra o risco de as aves lhe roubarem o protagonismo.

De certo modo é o que sucede em "Os Pinguins do Sr. Popper", onde meia dúzia de aves surgem como motivo maior de interesse.

Mas Carrey não se dá mal com isso, assumindo um registo de cartoon de imagem real quando contracena com os pinguins em cenas surpreendentes. O brilhantismo técnico que o filme exibe favorece o seu desempenho, seja interagindo de forma efectiva com pinguins treinados ou surgindo perfeitamente integrado em planos e sequências onde as aves foram criadas em computador.

Esses momentos permitem-lhe construir uma personagem que não é sustentada por um grande argumento: o Sr. Popper é um tubarão da alta finança, que recupera o respeito da ex-mulher e dos filhos quando acede em educar seis pinguins que o seu pai, um viajante destemido, lhe enviou de presente.

É um comédia linear, bem intencionada, que oferece ao actor um contexto diferente e o obriga a ganhar a cena perante seis competentes pinguins. O desempenho de Jim Carrey justifica a opção pela versão original. Em português ele surge dobrado por Herman José e o resultado dessa opção é algo de estranho. Herman José tem um voz demasiado carismática que não encaixa no registo de representação, muito familiar, de Jim Carrey. A voz do comediante português parece pairar na sala de cinema, como um elemento estranho ao filme.

Crítica de Tiago Alves actualizado às 00:39 - 25 julho '11
publicado 00:37 - 25 julho '11

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