Crítica: "COWBOYS & ALIENS"
Algures entre o oeste e o infinito
A fusão entre dois géneros resulta num filme estranho e que não ganha muito com a sua natureza híbrida.
Harrison Ford e Daniel Craig, dois actores que credibilizam uma proposta bizarra
Trailer/Cartaz/Sinopse:
Cowboys e Aliens
Em 1873, um estranho sem memória vai parar a uma cidade inóspita, dominada pelo medo e comandada pelo pulso forte do Coronel Woodrow Dollarhyde. Mas as coisas pioram com a invasão de seres alienígenas, forçando os homens brancos a unir forças com os índios Apaches contra a ameaça extraterrestre. Um western de ficção científica em que os “novos” visitantes do velho oeste, fazem com que os ...
É um western ou um filme de ficção científica? A questão que se coloca perante o título "Cowboys & Aliens" fica sem resposta após o visionamento desta produção que aposta na fusão, surpreendente, de dois géneros totalmente distintos.
Uma aldeia mineira na paisagem do velho oeste, em 1873, é o cenário deste filme de aventuras onde Daniel Craig é um bandido foragido que foi raptado por aliens, e Harrison Ford um rancheiro implacável, que pretende resgatar o filho dos seres alienígenas.
Podia parecer uma comédia? A proposta pode gerar essa sensação, mas é um divertimento para ser levado a sério. A ausência de história reduz o filme ao confronto entre cowboys e alienígenas invasores, mas o realizador Jon Favreau desenvolve bem as suas personagens principais, fornecendo-lhes um contexto de actuação.
Harrison Ford e Dainel Craig surgem como os trunfos do filme, na medida em que o credibilizam, e tem dois desempenhos que ficariam bem em qualquer western clássico - ou seja, quem não embarca no espírito de "Cowboys & Alienas" é sempre levado a moderar o seu cepticismo em função dos dois talentos.
O filme não faz muito pelos dois géneros que explora: a sua bizarria não acrescenta muito aos domínios da ficção científica, onde muito já foi visto e quase tudo é permitido, e o western não precisa deste tipo de associações para reencontrar o seu público. A fusão serve o propósito de contar uma história surpreendente e tem o mérito de romper com as fórmulas mais estafadas.
Crítica de Tiago Alves
publicado 01:05 - 19 agosto '11