Anita Bjork: uma carreira de mais de 50 anos
Obituário
Anita Bjork (1923 - 2012)
Foi uma das "musas" de Ingmar Bergman, tendo trabalhado com ele no princípio da sua carreira e, mais tarde, em peças teatrais produzidas para televisão: Anita Bjork faleceu aos 89 anos.
Não terá sido um dos nomes centrais na notável galeria de actrizes que encontramos no cinema de Ingmar Bergman (1918-2007). Em todo o caso, Anita Bjork é quase sempre identificada como uma das "musas" do cineasta sueco, tendo colaborado com ele em diversas fases da sua carreira -- faleceu no dia 24 de Outubro, em Estocolmo, contava 89 anos.
Um dos seus filmes mais célebres, "Miss Julie" (1950), de Alf Sjoberg, adaptado de Strindberg, arrebatou o Grande Prémio do Festival de Cannes de 1951, ex-aequo com "Milagre de Milão", de Vittorio de Sica (na altura, o Grande Prémio correspondia à actual Palma de Ouro). Trabalhou pela primeira vez sob a direcção de Bergman em 1952, com "Segredos de Mulheres".
Estreou-se em "A Estrada Conduz ao Céu" (1942), também de Sjoberg, tendo protagonizado o célebre "A Mulher Sem Rosto" (1947), de Gustav Molander, com argumento de Molander e Bergman. Embora com uma presença regular na produção cinematográfica sueca, era mais conhecida no seu país como uma grande dama do teatro. A sua carreira passou, em grande parte, pelo palco do Teatro Real de Estocolmo.
Nos últimos anos da sua carreira, voltou a colaborar com Bergman, agora em produções teatrais para televisão, incluindo "Na Presença de um Palhaço" que, em 1997, foi apresentado em Cannes como exemplo pioneiro de utilização de novas câmaras de video. Desses anos, o seu filme mais conhecido é "As Melhores Intenções" (1992), outro título vitorioso em Cannes (Palma de Ouro), com argumento de Bergman e realização de Bille August.
por João Lopes
publicado 00:50 - 26 outubro '12