Bad Behavior aposta em terror europeu a partir de Portugal

Cinema Português  

Bad Behavior aposta em terror europeu a partir de Portugal

Entrevista com Paulo Leite, mentor de um projecto que ambiciona produzir filmes de terror e que foi reconhecido num concurso de empreendedorismo.

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Bad Behavior aposta em terror europeu a partir de Portugal
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Bad Behavior aposta em terror europeu a partir de Portugal
Bad Behaviour Video promocional do projecto Bad Behavior: uma aposta na produção de cinema de terror a partir de Portugal

Paulo Leite, professor na Escola de Cinema e Teatro de Lisboa é o produtor criativo da Bad Behavior que tem como missão desenvolver e produzir filmes de cinema de terror europeu.

O objectivo BAD BEHAVIOR passa pelo investimento racional e sustentado na produção de um cinema que consiga competir com aquilo que de melhor se produz no nosso continente.

Apostar em novos realizadores e gente com energia e vontade de fazer um cinema de terror. A produtora BAD BEHAVIOR está receptiva a apresentação de projetos e quer ajudar argumentistas e realizadores a desenvolver histórias que venham a resultar em grandes filmes.






Cinemax: como é que surgiu a ideia de fazer uma produtora para desenvolver projetos de cinema de terror?

Paulo Leite: A ideia de abrir uma produtora de cinema de terror/fantástico surgiu numa convergência de factores. Primeiro, sentimos uma grande paixão por este género. Segundo, sempre achámos absurdo o facto do público jovem viver tão divorciado do cinema português. Terceiro, somos profissionais de cinema e sabemos que não existe nenhum motivo que nos proíba de produzir estes filmes cá em Portugal. Quarto, (por acaso) existe cá na Península Ibérica óptimas plataformas de promoção deste tipo de cinema (o Fantas, Sitges e o MOTELx). E finalmente, em quinto lugar, somos pessoas com criatividade e vontade de trabalhar suficiente para agarrar este demónio pelos cornos.

Já tem algumas parcerias com a indústria de cinema internacional?


Sim. O nosso trabalho de networking é intenso.

Hoje em dia em Portugal existe alguma produção de curtas de terror, especialmente depois de ter aparecido em 2009 o prémio para melhor curta de terror no festival MOTELx, achas que podemos ter produção de longas-metragens?

É exatamente neste domínio que estamos a trabalhar. Queremos produzir longas-metragens de terror/fantástico de nível internacional. O problema é que, infelizmente, o Cinema Português (e o sector da Cultura em geral) é muito hostil face ao género. Temos que mudar isto! Têm-se a ideia de que o cinema de terror é um género menor onde os termos "Arte" e "Cultura" são incompatíveis com uma certa visão daquilo que o cinema "deve" ser. Ora, nada disto é verdade. O concurso do MOTELx é um contributo valiosíssimo porque está a por muita gente a experimentar o género. E isto é óptimo porque precisamos de pessoas que "façam" - porque amar e fazer são duas realidades muito próximas. A BAD BEHAVIOR quer ser o melhor amigo destas pessoas. Queremos ser a primeira porta onde estas pessoas venham bater quando quiserem desenvolver projetos... e queremos ser o primeiro nome que vem à cabeça de quem fala em cinema de terror português.

Neste momento estão a espera de ideias, mas mais importante do que as ideias, querem sinopses e guiões, projetos bem estruturados?


Há várias formas de iniciar a coisa. A sinopse é uma óptima forma porque ela é clara, custa pouco e permite muitos inputs valiosos. O conteúdo de uma sinopse é sempre um óptimo objecto de discussão porque na prática aquilo que lá está é o explorar inicial do conceito, da ideia. E o conceito/ideia é um dos elementos mais importantes no cinema. Também adoramos ler guiões, embora eles sejam menos frequentes. Infelizmente, há pouca gente a escrever. Ou dito de outra forma, há pouca gente com o tempo e a dedicação necessárias para escrever um guião para cinema (de qualidade). Quanto ao ser bem esgalhado... bem... este é sempre o objectivo, não é? Mas nós estamos aqui para ajudar. Sabemos que a qualidade leva tempo e requer algum esforço. A jornada é longa e toda a gente sabe que ela é muito mais fácil quando estamos acompanhados.

Os filmes estão ser pensados para o mercado internacional?

Absolutamente. O mercado internacional é o nosso objectivo. Esperamos que 95% dos nossos espectadores estejam fora de Portugal. Hoje em dia, não faz sentido pensar apenas no nosso país. É preciso ser-se muito genial, muito estúpido ou subsidiado para conseguir sobreviver apenas o mercado português. Nós não somos nenhuma destas três coisas. Somos apenas pessoas que trabalham duro e que têm um desafio gigante pela frente. Com a vossa ajuda, chegaremos lá.

Brevemente podemos ver uma longa-metragem portuguesa de terror na competição internacional do FANTASPORTO?

Queremos mais do que isto. Queremos VENCER a competição internacional do Fantas e de outros festivais. Queremos conquistar novos públicos. Queremos trazer negócios para o nosso país. Queremos criar riqueza. Não vos parece absurdo que com um festival tão bom (feito por gente tão boa) Portugal não produza um único filme de terror por ano? É preciso mudar isto. A inovação não pertence apenas ao domínio da tecnologia. Também é necessário inovação nas indústrias culturais.

Pode encontrar mais iformação sobre o projeto aqui.


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