6 Jun 2022 20:31

Numa publicação na página oficial, a Câmara do Porto revela que a "empreitada geral" do Cinema Batalha ficará concluída no final de julho. Seguir-se-ão "ensaios e vistorias necessárias", estando previsto, no final de agosto, "proceder à receção provisória da empreitada", e a partir daí "equipar o edifício" e prepará-lo para abrir portas "no último trimestre de 2022".

"O decurso dos trabalhos conheceu algumas vicissitudes, já que o edifício apresentava uma maior degradação do que era esperada, fruto da sua não utilização, para além de algumas alterações ao projeto solicitadas pela Inspeção Geral das Atividades Culturais (IGAC)", observa a autarquia, destacando também as "imprevisibilidades" relacionadas com o reforço de alguns elementos estruturais.

Em fevereiro, mês em que se previa a abertura daquele equipamento cultural ao público, a Câmara do Porto revelou que a mesma seria adiada para setembro devido a atrasos na obra de requalificação e falta de materiais, como vidro, alumínio, ferro e cobre.

Na publicação, a autarquia destaca também que a empreitada permitiu "pôr a descoberto" os frescos de Júlio Pomar, gravados em 1940 e, entretanto, "escondidos pela polícia política" do Estado Novo.

De acordo com a Câmara, foi identificada a técnica para a remoção das várias camadas de tinta que cobriam os frescos (entre seis e oito) e para o destacamento das argamassas "através de um processo químico".

Neste momento, estão a ser desenvolvidas "sondagens, por forma a verificar a existência, dimensão e estado da obra", revela, acrescentando que, posteriormente, será definida a metodologia a aplicar no restauro, que se estima que demore cerca de cinco meses, ou seja, até outubro.

Para além de duas salas de projeção – a Sala Grande com 341 lugares e a Sala Estúdio com 126 lugares -, o Batalha terá um espaço de galeria dedicado às artes visuais, uma biblioteca especializada em cinema e ainda uma mediateca dedicada ao património fílmico da cidade do Porto.

O projeto, que está a cargo do arquiteto Alexandre Alves Costa e do Atelier 15 Arquitetura, contempla um bar, resultante da recuperação do antigo salão de chá e café que estará equipado para exibições e performances.

Propriedade da empresa Neves & Pascaud, o imóvel foi sala de cinema entre 1947 e até 2000, ano em que foi encerrado. Manteve-se fechado até 2006, reabrindo como espaço cultural pelas mãos da Associação de Comerciantes do Porto (ACP).

No fim de dezembro de 2010, a ACP acabaria por entregar as chaves do edifício devido a "prejuízos mensais avultados".

  • LUSA
  • 6 Jun 2022 20:31

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