11 Jul 2018 14:24

Os filmes "3 anos depois", de Marco Amaral, e "Sobre tudo sobre nada", de Dídio Pestana, integram a competição do festival de cinema de Locarno, que decorrerá em agosto na Suíça, foi hoje anunciado.

Segundo a programação revelada em conferência de imprensa em Berna, "3 anos depois", curta-metragem de Marco Amaral, competirá na secção "Pardi di domani", enquanto a longa-metragem "Sobre tudo sobre nada", primeira obra de Dídio Pestana, foi selecionada para a secção "Signs of Life".

Há ainda duas coproduções portuguesas no festival: "Grbavica", de Manel Raga Raga (Portugal/Bósnia Herzegovina/Espanha) na secção "Pardi di domani", e "Como Fernando Pessoa salvou Portugal" (Portugal/França/ Bélgica), do realizador norte-americano Eugène Green e com elenco português, no programa "Signs of life".

"Como Fernando Pessoa salvou Portugal", protagonizada por Carloto Cotta, Manuel Mozos, Diogo Dória, Alexandro Pierroni Calado, Ricardo Gross, Mia Tomé e o próprio Eugêne Green, é uma bem humorada viagem ao universo de Fernando Pessoa. A narrativa é baseada num dos episódios mais célebres da carreira publicista do heterónimo Álvaro de Campos, autor do célebre slogan “Primeiro estranha-se, depois entranha-se”, criado em 1927 para a entrada da Coca-Cola em território português. A bebida viria a ser proibida em Portugal e só chegaria a ser comercializada 50 anos depois daquele episódio.

Eugène Green nasceu nos Estados Unidos da América, em 1947, mas obteve a nacionalidade francesa em 1976. As suas longas "Le points des arts" (2004), "A Religiosa Portuguesa" (2009), "La Sapienza"(2014) foram todas exibidas em Locarno.

O júri "Pardi di domani", presidido pelo realizador francês Yann Gonzalez, integra também a realizadora portuguesa Marta Mateus e o nepalês Deepak Rauniyar.

Nesta 71.ª edição do festival de Locarno, que decorrerá de 1 a 11 de agosto, o cinema português estará ainda em foco no programa "First Look", no qual serão exibidos entre cinco a sete filmes portugueses em fase de pós-produção, para uma audiência composta apenas por profissionais, entre programadores, exibidores, distribuidores e produtores.

Não foram ainda revelados os projetos selecionados.

Em fevereiro, quando o festival anunciou a escolha de Portugal para este programa, a diretora artística adjunta de Locarno, Nadia Dresti, afirmava que "o cinema português tem sido sempre aclamado pela excelência artística por parte da crítica, mas ao mesmo tempo tem cativado os distribuidores e os principais festivais internacionais".

Numa parceria em conjunto com o Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA), o programa tem por objetivo garantir a finalização e a internacionalização dos filmes a selecionar.

  • CINEMAX com agências
  • 11 Jul 2018 14:24

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