16 Jul 2020 17:45

As salas de cinema em Portugal encerraram por completo a 18 de junho, seguindo a indicação da Direção-Geral da Saúde, devido à pandemia de COVID-19. Uma pequena parte reabriu a 1 de junho e a maioria (incluindo a NOS Cinemas, o maior exibidor português) só retomou a atividade um mês depois, a 2 de julho.

Após um início de ano prometedor, com subidas no número de espectadores em comparação com 2019 durante os meses de janeiro e fevereiro, o setor registou uma quebra de 76,5% no número de bilhetes vendidos em março – já por causa do novo vírus – em comparação com o período homólogo de 2019. Em abril e maio, a perda foi total e em junho a retoma da atividade teve números quase invisíveis, apenas 12.403 espectadores de acordo com os registos do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA), contra 1,1 milhões no mesmo período no ano anterior.

Curiosamente, foi um filme estreado poucos dias antes do fecho que chamou mais público em junho. "Retrato de Uma Rapariga em Chamas", começou a ser exibido a 12 de março. Reposto três meses depois, liderou destacado o ainda residual box office português com 2.154 espectadores. O segundo mais visto, "Bora Lá", outra reposição, foi visto por apenas 471 pessoas, seguido por "Mathias e Maxime" (estreado a 18 de junho), com 468 bilhetes vendidos, "Family Romance LLC", 445 espectadores (estreado a 18 de junho) e "Benzinho", 425 espectadores (estreado a 25 de junho).
No primeiro fim-de-semana em que houve dados recolhidos pelo ICA, 4 a 7 de junho, 916 pessoas arriscaram uma ida ao cinema. "Retrato de uma rapariga em chamas", em 2 ecrãs, foi o mais visto, com 419 espectadores.

De 11 a 14 de junho, foram 1.513 os espectadores e o filme de Céline Sciamma voltou a ser o que maior número de bilhetes vendeu, 335 em 4 ecrãs.

No fim-de-semana seguinte, de 18 a 21 de junho, venderam-se 1.883 bilhetes e "Retrato de uma rapariga em chamas" foi o filme mais popular ao receber 251 espectadores ainda em 4 ecrãs.

De 25 a 28 de junho, o ICA registou 2.045 bilhetes vendidos, e o filme brasileiro "Benzinho" liderou a lista de mais vistos com 340 espectadores em 4 ecrãs.

No fim-de-semana de 2 a 5 de julho, foram ao cinema 8.129 pessoas e o "O Rececionista" foi o filme mais visto, com 1.162 espectadores repartidos por 41 ecrãs

Entre 9 e 12 de julho, os números subiram um pouco com 9.078 entradas nas salas e "O Rececionista" a repetir o lugar de mais visto, com 1.224 espectadores em 48 ecrãs.

Foram seis as novidades absolutas a chegar aos cinemas em junho. Na primeira quinzena de julho, já vamos em 16 estreias (a que se juntam outras sete hoje, quinta-feira 16 de julho).

Mas mesmo com a quantidade de estreias a aumentar e uma muito ligeira subida na venda de bilhetes de cinema a cada fim-de-semana, continuam a faltar filmes com grande potencial comercial.
Por mera comparação, no primeiro fim-de-semana de julho de 2019, quando estreou "Homem-Aranha: Longe de Casa", venderam-se por cá quase 250 mil bilhetes de cinema. No seguinte, perto de 165 mil, e o normal, numa altura fraca do ano nunca andaria muito abaixo dos 90 mil.

Nos tempos mais próximos, "Tenet", de Christopher Nolan, e "Mulan", da Disney, são os títulos para os quais se olha com esperança. Mas os estúdios norte-americanos continuam dependentes de outros números, os de casos de infeção nos mercados chave, Los Angeles e Nova Iorque, a nível interno, e da China, a nível internacional.

"Tenet" está previsto para 12 de agosto e "Mulan" para 20 de agosto. Será desta?

  • cinemaxeditor
  • 16 Jul 2020 17:45

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