Crítica: AMOR, ESTÚPIDO E LOUCO, de Glenn Ficarra e John Requa
Divórcio, engate, sedução ou romance?
Uma comédia romântica esquemática com ótimo elenco e um humor maduro que equilibra sarcasmo e ternura.
Steve Carell entre o surpreso e o embaraçado: o jogo de sedução tem destas coisas...
Trailer/Cartaz/Sinopse:
Amor, Estúpido e Louco
Carl Weaver (Steve Carell) tem uma vida de sonho. Um bom emprego, uma boa casa, uns filhos fantásticos e um casamento com a namorada dos tempos de liceu. Mas quanto fica a saber que a mulher que sempre amou o traiu com outra pessoa e quer o divórcio, tudo se desmorona. Pior, no mundo de hoje, repleto de gente solteira, ele parte com uma desvantagem enorme: não namora há décadas e desconhece por ...
A imagem promocional mais conhecida de "Amor, Estúpido e Louco" mostra-nos a personagem de Cal, interpretada por Steve Carell, com ar perplexo perante a pose insinuante de uma mulher interpretada por Marisa Tomei.
A situação remete para um dos vários encontros ocasionais que Cal vai mantendo após ter saído de casa. Ele é um quarentão prestes a divorciar-se de Emile
(Julianne Moore) que assumiu o fracasso do casamento ao revelar que teve um envolvimento sexual com um colega do trabalho (Kevin Bacon).
Nesta nova etapa da sua vida, Cal conhece Jacob (Ryan Goslin), um predador sexual que
costuma engatar a rapariga que deseja. O seu novo amigo, vinte anos mais
novo, passa a influenciar o seu estilo de vida e incentiva-o a adoptar
uma atitude sedutora perante as mulheres.
Ryan Goslin, Julianne Moore, Steve Carell e Marisa Tomei representam papéis que não acrescentam grande novidade ao que fizeram em filmes anteriores. Só que estas personagens reconhecíveis e que se movimentam numa fórmula esquemática, espelham problemas concretos que não é usual valorizar em comédias deste género.
Esta comédia é uma espécie de "Os Miúdos Estão Bem" deste ano cinematográfico, com a vantagem de ter um
dos melhores elencos de 2011 - vale a pena ver Steve Carell no seu
registo habitual mas para levar mais a sério, e Ryan Goslin, um dos
atores deste ano, no domínio pleno da sua personagem, mostrando estar à vontade em comédia.
"Amor, Estúpido e Louco" observa, com uma boa dose de sarcasmo, como a atitude emocional e sexual das pessoas mudou em duas décadas, e regista, com a dose certa de ternura, que aquilo que é essencial resistiu a essa alteração de hábitos.
É uma comédia romântica que entretém e diverte sem perder a maturidade com que pretede abordar o tema. Divórcio? Engate? Sedução? Romance? Este é um filme que entende as diversas etapas do amor.
Crítica de Tiago Alves
actualizado às 13:23 - 23 setembro '11
publicado 01:21 - 23 setembro '11