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Em defesa do nosso planeta
Com grande experiência na fotografia paisagística, Yann Arthus-Bertrand filma, agora, o planeta Terra: "Home" é um objecto de cinema marcado pela militânca ecológica
Será que existe, ou melhor, continua a existir um cinema conduzido, antes de tudo o mais, por valores paisagísticos?
Face ao trabalho do francês Yann Arthus-Bertrand (n. 1946), a resposta só poderá ser afirmativa. O seu filme "Home" — a que, entre nós, foi acrescentado o subtítulo "O Mundo É a Nossa Casa" — é um objecto que nasce de um paciente labor de observação e registo de paisagens, sintomaticamente iniciado no campo fotográfico.
Yann Arthus-Bertrand é autor, por exemplo, de um álbum intitulado "A Terra Vista do Céu", ou seja, uma celebração das belezas naturais vistas a partir do ar — e, convém acrescentar, fotografadas com grande rigor de composição e sofisticação técnica. O seu filme prolonga tal sentido contemplativo, explicitando (através de um comentário off dito por Glenn Close) um discurso ecológico que, em termos simples e didácticos, proclama a urgência de defender o planeta.
Porventura de modo inesperado, "Home" é mais uma confirmação da importância que o documentarismo voltou a adquirir nos grandes circuitos de difusão. Como se prova também de novo, muitos documentários do presente têm uma agenda política e simbólica — neste caso, trata-se de defender a sobrevivência da própria espécie humana.
por João Lopes
publicado 00:24 - 08 junho '09