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Entrevista com Pedro Costa:
"queria fazer um filme quase mono..."

O realizador Pedro Costa voltou a ter música num filme e reencontrou uma actriz profissional.

O filme não era filme até ao festival de Cannes, onde passou fora de competição. Era um projecto que Pedro Costa queria fazer, para acompanhar Jeanne Balibar, a actriz que mais aprecia de momento.

Ela devolveu o olhar do realizador, abrindo as portas aos ensaios e concertos, nos palcos ou nos bastidores. O cineasta português não começou a filmar com intenção de fazer um filme, podia ser apenas um registo pessoal, mas acabou transformado em cinema.

Desde "O Sangue", estreado há 20 anos, que Pedro Costa não trabalhava elementos musicais. "Ne Change Rien" marca o reencontro do cineasta com a musicalidade, mas em vez de um filme musical temos o testemunho de um processo de trabalho minucioso e pormenorizado. Também não se trata de filmar uma actriz, mesmo que Jeanne Balibar seja um talento com créditos dados no cinema e no teatro.

Pedro Costa assumiu os desafios de filmar músicos e captar som, como assumiu a sombra e a penumbra em filmes como "No Quarto da Vanda", ou "Juventude em Marcha". O realizador explica que queria fazer um filme em mono, contra a parafernália de tecnologia que hoje é possível utilizar, como se aqueles músicos pudessem ser captados como um só.

<sub>NE CHANGE RIEN

De Pedro Costa
com Jeanne Balibar
Documentário, Musical
97m
M/12
POR
2009</sub>

  ^{>Ouça Pedro Costa entrevistado na antevisão de Lara Mrques Pereira}