Julianne Moore em "Wonderstruck" — de novo sob a direcção de Todd Haynes
Cannes 2017
Julianne Moore outra vez no mundo de Todd Haynes
Dois anos depois de "Carol", Todd Haynes está de volta à competição de Cannes, desta vez adaptando um livro de Brian Selznick — Julianne Moore é um rosto conhecido num filme que arrisca no domínio do conto sobre a infância.
Trailer/Cartaz/Sinopse:
Wonderstruck: O Museu das Maravilhas
A história de duas crianças surdas, uma a viver em 1927 e a outra em 1977. Ambas querem fugir de Nova Iorque. Apesar da separação temporal, estão ligados por um mistério que aguarda resolução.
Média Cinemax:
3.333
O menos que se pode dizer do mundo de Todd Haynes é que surpreende sempre pela variedade dos seus contrastes. De "Velvet Goldmine" (1998) a "Carol" (2015), ele é um verdadeiro experimentador, capaz de se exprimir nos registos mais inesperados.
Agora, com "Wonderstruck" (competição de Cannes), adapta um livro de Brian Selznick (autor de "A Invenção de Hugo", já filmado por Martin Scorsese), criando aquilo que, à falta de melhor, designaremos como um conto sobre a infância e suas memórias.
A singularidade de "Wonderstruck" provém do facto de as suas peripécias ligarem, num novelo de cumplicidades por descobrir, duas crianças surdas, marcadas pelo imaginário de um mesmo livro — ambas em Nova Iorque, uma em 1927, outra em 1977. O desafio de Haynes consiste em narrar essa história numa permanente oscilação temporal, ao mesmo tempo criando uma ilusão poética de absoluta continuidade.
Além do mais, o filme envolve o reencontro do cineasta com Julianne Moore, actriz de todas as transfigurações (aqui claramente envelhecida) que já dirigira em "Seguro" (1995) e "Longe do Paraíso" (2002). Dir-se-ia que é um rosto conhecido num filme que, em última análise, abre para zonas desconhecidas no universo de Haynes — sem fulgor, mas com a consistência própria de um cineasta que sabe pensar as linguagens que utiliza.
A singularidade de "Wonderstruck" provém do facto de as suas peripécias ligarem, num novelo de cumplicidades por descobrir, duas crianças surdas, marcadas pelo imaginário de um mesmo livro — ambas em Nova Iorque, uma em 1927, outra em 1977. O desafio de Haynes consiste em narrar essa história numa permanente oscilação temporal, ao mesmo tempo criando uma ilusão poética de absoluta continuidade.
Além do mais, o filme envolve o reencontro do cineasta com Julianne Moore, actriz de todas as transfigurações (aqui claramente envelhecida) que já dirigira em "Seguro" (1995) e "Longe do Paraíso" (2002). Dir-se-ia que é um rosto conhecido num filme que, em última análise, abre para zonas desconhecidas no universo de Haynes — sem fulgor, mas com a consistência própria de um cineasta que sabe pensar as linguagens que utiliza.
por João Lopes
publicado 21:43 - 18 maio '17