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Mais Indie do que nunca
A sétima edição serve para refinar os critérios do festival, consolidar as secções que já existiam e abrir portas a novos espaços associados, através da parceria com a Culturgest.
A cultura do "faça-você-mesmo" instalou-se no cinema, através dos meios digitais que permitem uma democratização da arte de filmar, cada mais acessível e menos dispendiosa.
Nuno Sena, um dos directores do Indie Lisboa, sublinha as mudanças, quer do ponto de vista dos valores de produção, mas também da possibilidade de contaminação entre géneros - as ficções estão cada vez mais documentais, e os documentários podem ser construídos com a estrutura narrativa de uma ficção.
A selecção do Indie Lisboa 2010, vai permitir compreender o estado dos tempos e das tendências que estão a marcar a produção independente.
O Indie continua a trazer cinematografias praticamente invisíveis nas salas - "Castro", da Argetina, é um bom exemplo - ou mais próximas e com referências mais reconhecíveis, - é o caso do filme "C'est Dejá l'Été" inspirado no trabalho realista dos irmãos Dardenne.
Outro caso ancorado na realidade, o filme "The Robber", conta a história verídica de um maratonista que é também assaltante de bancos e que ficou conhecido na Áustria durante os anos 80. A memória chega mais longe na competição internacional, com o filme "The Blacks" um esquadrão de morte na guerra dos Balcãs, que depois de assinadas as tréguas ainda vai ter de enfrentar demónios construídos no campo de batalha.
A única presença portuguesa na competição internacional marca a estreia de Pedro Caldas na longa metragem. "Guerra Civil" é uma história de amor de Verão, passada durante os anos 80, com banda sonora depressiva dos Joy Division a acompanhar uma das personagens centrais. O jovem Rui é um adolescente desalinhado e agastado com o mundo que o rodeia, incapaz de se relaccionar com amigos e família.