Obituário
Morreu Peter Falk, o detective Columbo
O actor Peter Falk morreu com 83 anos. Será sempre recordado pela personagem de Columbo, que lhe valeu quatro Emmys.
O actor norte-americano Peter Falk ficou conhecido pelo seu papel de detetive Columbo, que encarnou 69 vezes na célebre série televisiva. Vestia um duradouro e distinto impermeável bege, tinha um Peugeot 403 e andava sempre a fumar um charuto. Estes adereços associados a um humor mordaz e a uma mímica inimitável valeram-lhe sucesso e simpatia.
Nasceu em 16 de setembro de 1927, em Nova York, numa família judia, filho de pai polaco e mãe checa. Aos três anos perdeu o seu olho direito por causa de um tumor maligno. O olho de vidro acabou por tornar-se numa imagem de marca que o actor aproveitou para construir a imagem desleixada e distraída de Columbo.
Após ter completado o mestrado em ciências políticas na Universidade de Siracusa (Estado de Nova York), e de ter trabalhado como cozinheiro, tentou, integrar a agência norte-americana de informação, a CIA. Não teve sucesso e assumiu uma carreira frustrada de funcionário público.
Na década de cinquenta deixou essa área e dedicou-se à comédia, inicialmente no teatro, actuando em produções da Broadway que o lançaram para Hollywood. Em 1957 começou a trabalhar na série televisiva "Robert Montgomery Presents".
Popularidade prematura no cinema e reconhecimento na televisão
A sua popularidade no cinema chegaria na década de sessenta através dos seus dois primeiros filmes, que lhe valeram outras tantas nomeações para Oscars de melhor actor secundário: "O
Sindicato do Crime" (1960), de Burt Balaban e Stuart Rosenbe, e "Milagre Por Um Dia" (1961), o derradeira obra de Frank Capra.
A partir de 1968 dedicou-se à personagem do detective Columbo, uma série cujo segundo episódio da temporada de estreia foi realizado por um jovem de 25 anos chamado... Steven Spielberg.
Durante 35 anos, Peter Falk marcou presença em 69 episódios e produziu ou co-produziu 24. O último deles data de 2003. A personagem valeu-lhe a consagração com quatro Emmys em dez nomeações.
No cinema marcou presença num total de 60 filmes, destacando-se as colaborações em seis obras do seu amigo John Cassavetes (as mais notáveis: "Os Maridos", 1970, e "Uma Mulher Sob Influência", 1974).Destacam-se ainda "O Jogador" (1992), de Robert Altman, onde desempenhou o seu próprio papel, "Asas do Desejo" (1987), de Wim Wenders, "A Princesa Prometida" (1987), de Rob Reiner, e "It's a Mad Mad Mad Mad World" (1963), de Stanley Kramer.
Peter Falk sofria de Alzheimer, o que motivou uma disputa nos tribunais, em 2009, pela administração de seus bens, que foram atribuídos à sua mulher. Morreu esta sexta-feira, com 83 anos, em Beverlly Hills, Califórnia, segundo um comunicado dos advogados da família.