LAURA ZISKIN (1950-2011)  

O impacto internacional dos filmes de "Spider Man" marcou os últimos anos de Laura Ziskin. Mas a sua carrreira desenvolveu-se ao longo de várias décadas, tendo o sucesso de "Pretty Woman" como momento decisivo.

Personalidade de grande prestígio na comunidade de Hollywood, Laura Ziskin faleceu, aos 61 anos, vítima de cancro da mama. A doença fora-lhe diagnosticada, já em fase avançada, no ano de 2004. Consciente da importância de uma detecção tão prematura quanto possível das mais diversas formas de cancro, em 2008 foi uma das fundadoras do movimento "Stand Up to Cancer", destinado a angariar fundos para o combate ao cancro e também à difusão de informação profilática sobre esse mesmo combate.

Distinguida, em Novembro de 2010, com o "Visionary Award" da Associação de Produtores Americanos, Ziskin esteve em destaque na última década graças à performance comercial da série "Spider Man" (três filmes: 2002, 2004 e 2007) de que ela, como produtora, foi uma das principais impulsionadoras (deixa em andamento um quarto título, com lançamento previsto para 2012).

Surgiu na indústria em 1978, como produtora associada de "Os Olhos de Laura Mars", um "thriller" passado no mundo da moda, dirigido por Irvin Kershner e protagonizado por Faye Dunaway. Depois, produziu títulos como "Alta Traição" (1987), de Roger Donaldson, e "Morto à Chegada" (1988), de Annabel Jankel e Rocky Morton.

Mas seria "Pretty Woman" (1990), com Richard Gere e Julia Roberts, a consolidar o seu poder no interior da máquina de Hollywood. Sob a direcção de Garry Marshall, o filme apostava no relançamento das regras mais genuínas da love story à maneira clássica, vindo a transformar-se num enorme êxito internacional. Ao mesmo tempo, Roberts emergia como numa estrela planetária.

Na filmografia de Ziskin, constam ainda, por exemplo, "O Herói Acidental" (1992), de Stephen Frears (cuja história original escreveu em colaboração com Alvin Sargent, seu marido), "Disposta a Tudo" (1995), de Gus Van Sant, e "Melhor É Impossível" (1997), de James L. Brooks.

O seu nome figura ainda em posição destaque na história oficial das cerimónias da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood: Ziskin foi a primeira mulher a produzir, a solo, o espectáculo dos Oscars -- aconteceu duas vezes, em 2002 e 2007.