Vencedores dos Oscars de "Voando Sobre um Ninho de Cucos" (29 de Março de 1976):
Michael Douglas, Milos Forman, Louise Fletcher, Jack Nicholson e Saul Zaentz
Michael Douglas, Milos Forman, Louise Fletcher, Jack Nicholson e Saul Zaentz
Obituário
Morreu o produtor de "Amadeus"
Faleceu Saul Zaentz, uma das figuras maiores da produção americana das últimas décadas. A sua filmografia integra títulos marcantes como "Voando Sobre um Ninho de Cucos", "Amadeus" e "O Paciente Inglês".
O produtor americano Saul Zaentz faleceu em São Francisco, no dia 3 de Janeiro — contava 92 anos.
Com o seu desaparecimento, encerra-se um dos capítulos mais gloriosos da produção americana das últimas quatro décadas. De facto, Zaentz não produziu muitos títulos (uma dezena), mas cometeu a proeza de ver três deles consagrados com o Oscar de melhor filme:
* VOANDO SOBRE UM NINHO DE CUCOS (1975), de Milos Forman: segundo o romance de Ken Kesey, uma parábola humanista tendo por cenário uma instituição para pacientes com problemas mentais (total: 5 Oscars).
* AMADEUS (1984), de Milos Forman: evocação feérica e trágica da vida e obra de Wolfgang Amadeus Mozart a partir de uma peça da autoria de Peter Shaffer (total: 8 Oscars).
* O PACIENTE INGLÊS (1996), de Anthony Minghella: melodrama tecido a partir de memórias da Segunda Guerra Mundial, adaptando o romance de Michael Ondaatje (total: 9 Oscars).
No ano de "O Paciente Inglês", Zaentz foi também homenageado com o prémio Irving J. Thalberg.
Curiosamente, Zaentz começou a sua actividade por outra das suas grandes paixões: a música. Trabalhou na produção de concertos da série "Jazz at the Philarmonic" e teve especial importância na consolidação e desenvolvimento da Fantasy Records, a editora dos Creedence Clearwater Revival (são célebres os desentendimentos, frequentemente dirimidos em tribunal, entre Zaentz e John Fogerty, líder e vocalista da banda).
No cinema, privilegiou os argumentos escritos a partir de material literário (romances e peças de teatro). Foi ele que montou o projecto da célebre versão animada de "O Senhor dos Anéis" (1978), realizada por Ralph Bakshi.
Entre as suas mais importantes produções incluem-se ainda "A Costa do Mosquito" (1986), de Peter Weir, e "A Insustentável Leveza do Ser" (1988), de Philip Kaufman, segundo romances de Paul Theroux e Milan Kundera, respectivamente. Na sua derradeira produção, "Os Fantasmas de Goya" (2006), voltou a colaborar com o realizador Milos Forman — é uma excepção na sua filmografia, já que se trata de um filme rodado a partir de um argumento original, assinado por Forman e Jean-Claude Carrière.
*****
Em toda a história da Academia das Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, "Voando Sobre um Ninho de Cucos" continua a ser um dos poucos títulos a conseguir arrebatar o quinteto mágico de Oscars (filme, realização, argumento e actores principais):
* Melhor filme: Saul Zaentz (partilhado com Michael Douglas)
* Melhor realizador: Milos Forman
* Melhor argumento adaptado: Laurence Hauben e Bo Goldman
* Melhor actor: Jack Nicholson
* Melhor actriz: Louise Fletcher
Eis um registo da entrega do Oscar de melhor filme a Saul Zaentz e Michael Douglas — o prémio foi anunciado por Audrey Hepburn que, por sua vez, foi apresentada por Gene Kelly.
Na altura, "Voando Sobre um Ninho de Cucos" era o segundo filme a conseguir tal conjunto de cinco prémios — acontecera o mesmo apenas com "Uma Noite Aconteceu" (1934), de Frank Capra; de então para cá, só "O Silêncio dos Inocentes" (1991), de Jonathan Demme, conseguiu repetir a proeza.
* VOANDO SOBRE UM NINHO DE CUCOS (1975), de Milos Forman: segundo o romance de Ken Kesey, uma parábola humanista tendo por cenário uma instituição para pacientes com problemas mentais (total: 5 Oscars).
* AMADEUS (1984), de Milos Forman: evocação feérica e trágica da vida e obra de Wolfgang Amadeus Mozart a partir de uma peça da autoria de Peter Shaffer (total: 8 Oscars).
* O PACIENTE INGLÊS (1996), de Anthony Minghella: melodrama tecido a partir de memórias da Segunda Guerra Mundial, adaptando o romance de Michael Ondaatje (total: 9 Oscars).
No ano de "O Paciente Inglês", Zaentz foi também homenageado com o prémio Irving J. Thalberg.
Curiosamente, Zaentz começou a sua actividade por outra das suas grandes paixões: a música. Trabalhou na produção de concertos da série "Jazz at the Philarmonic" e teve especial importância na consolidação e desenvolvimento da Fantasy Records, a editora dos Creedence Clearwater Revival (são célebres os desentendimentos, frequentemente dirimidos em tribunal, entre Zaentz e John Fogerty, líder e vocalista da banda).
No cinema, privilegiou os argumentos escritos a partir de material literário (romances e peças de teatro). Foi ele que montou o projecto da célebre versão animada de "O Senhor dos Anéis" (1978), realizada por Ralph Bakshi.
Entre as suas mais importantes produções incluem-se ainda "A Costa do Mosquito" (1986), de Peter Weir, e "A Insustentável Leveza do Ser" (1988), de Philip Kaufman, segundo romances de Paul Theroux e Milan Kundera, respectivamente. Na sua derradeira produção, "Os Fantasmas de Goya" (2006), voltou a colaborar com o realizador Milos Forman — é uma excepção na sua filmografia, já que se trata de um filme rodado a partir de um argumento original, assinado por Forman e Jean-Claude Carrière.
Em toda a história da Academia das Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, "Voando Sobre um Ninho de Cucos" continua a ser um dos poucos títulos a conseguir arrebatar o quinteto mágico de Oscars (filme, realização, argumento e actores principais):
* Melhor filme: Saul Zaentz (partilhado com Michael Douglas)
* Melhor realizador: Milos Forman
* Melhor argumento adaptado: Laurence Hauben e Bo Goldman
* Melhor actor: Jack Nicholson
* Melhor actriz: Louise Fletcher
Eis um registo da entrega do Oscar de melhor filme a Saul Zaentz e Michael Douglas — o prémio foi anunciado por Audrey Hepburn que, por sua vez, foi apresentada por Gene Kelly.
Na altura, "Voando Sobre um Ninho de Cucos" era o segundo filme a conseguir tal conjunto de cinco prémios — acontecera o mesmo apenas com "Uma Noite Aconteceu" (1934), de Frank Capra; de então para cá, só "O Silêncio dos Inocentes" (1991), de Jonathan Demme, conseguiu repetir a proeza.
por João Lopes
publicado 23:19 - 04 janeiro '14